
O governante luso lamentou a existência de "forças que se deixaram capturar por aqueles que querem dividir a Europa"
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O primeiro-ministro destacou o empenho de alguns líderes europeus, como Merkel, mas apontou o dedo a algumas forças de bloqueio pela sua "incapacidade de tomar decisões".
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António Costa atribui culpas ao Grupo de Visegrado (Polónia, Hungria, República Checa e Eslováquia) e ao ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, pelo fracasso da cimeira em Bruxelas para escolher os novos líderes europeus.
A maratona de negociações foi suspensa ao final desta manhã, sem que os chefes de Estado e do Governo tenham chegado a acordo. Os trabalhos serão retomados amanhã, às 10h de terça-feira, hora portuguesa.
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António Costa reuniu-se, no final, com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e ambos falaram em "frustração".
O primeiro-ministro destacou o empenho de alguns líderes europeus, como Merkel, mas apontou o dedo a algumas forças de bloqueio pela sua "incapacidade de tomar decisões". O governante luso lamentou a existência de "forças que se deixaram capturar por aqueles que querem dividir a Europa" e de pressões de Salvini.
Pelo contrário, Merkel foi, de acordo com António Costa, uma "pessoa muito determinada em encontrar sucessivos acordos".
Agendada para esta terça-feira, a nova cimeira não tem resoluções à vista: "Neste momento, não há plano nenhum, porque, como se sabe, todas as soluções propostas não têm encontrado maioria."
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Com algumas horas de sono e a cabeça fria, espera António Costa, os líderes europeus voltam a reunir-se na terça-feira.
No balanço das mais de 18 horas de conversas, o Presidente francês, Emmanuel Macron, assumiu também o fracasso, e deixou críticas a alguns estadistas europeus. Em declarações aos jornalistas, Emmanuel Macron avisou ainda que é preciso tirar lições para melhorar a imagem da Europa, que sai fragilizada com este fracasso.
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Na leitura do subdiretor do Diário de Notícias, Leonídio Paulo Ferreira, a escolha de nomes para liderar a Europa não tem se concerne apenas com famílias políticas. Além da ideologia, há a questão das geografias, o que explica que o equilíbrio seja difícil.
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