O presidente liberal lamenta que "só se reaja depois das tragédias acontecerem, para prevenir danos eleitorais".
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João Cotrim de Figueiredo defende que os partidos não devem tirar "aproveitamento político" com os incêndios, mas apela ao Governo que tome decisões antes de os fogos acontecerem, "sem que se olhe para a agenda mediática".
Depois do conselho nacional da Iniciativa Liberal (IL), que decorreu em Coimbra, o presidente do partido defende que a prevenção dos incêndios também se faz com "uma Administração Pública capaz" e com decisões tomadas a tempo.
"Estes tipos de problemas, que acontecem em Portugal com alguma regularidade, só podem ser prevenidos se tivermos uma Administração Pública devidamente capaz, com pessoas preparadas para tomarem decisões a tempo. E, sem medo de gerirem a agenda política e mediática", disse.
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Cotrim de Figueiredo refere que os políticos "não devem estar sempre a pensar como é que vão ser vistas as decisões", até porque, com os incêndios, "só se reage depois das tragédias acontecerem, para prevenir danos eleitorais".
Questionado sobre o cancelamento das viagens a Nova Iorque e a Moçambique, de Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, o líder liberal entende que ainda há peso na consciência pelos incêndios de 2017, o que faz com que as duas figuras do Estado "pequem agora por excesso".
"O facto de o estado de contingência ter sido decretada e o cancelamento de compromissos internacionais, reconhecem que, cinco anos depois das tragédias de Pedrógão, que na altura não foi dada a devida importância. Reconhecem que o Estado falhou: na prevenção, no combate e na assistência", afirmou.
O presidente da IL defende, mais uma vez, que o Presidente da República e o primeiro-ministro deviam ter pedido desculpa aos portugueses "pela falha do Estado nas tragédias de 2017".
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