É um restaurante inserido em moderna e requintada unidade hoteleira, com localização esplêndida, num socalco xistos à beira Douro. Ao km 41 de uma das estradas mais emblemáticas, a EN 222, a freguesia de Raiva deu nome a um espaço marcado pela cozinha liderada por um chef com vasto currículo internacional, que não abdica dos produtos, sabores e saberes regionais.
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O último terço do percurso do rio Douro revela múltiplos encantos, descobertos a cada curva de uma das estradas mais emblemáticas. Serpenteante, acompanhando o curso do rio ao longo da margem esquerda, a Nacional 222 é uma das rodovias de acesso a Castelo de Paiva.
Meia dúzia de quilómetros antes da vila e a pouco mais de meia hora de viagem do Porto, surge, em magnífico enquadramento, o Douro 41 - hotel e spa, Ao Km 41 daquela estrada emblemática.
Conceção arquitetónica moderna e particularmente feliz, a tirar partido da localização, num socalco; xisto e vidro são os elementos-base; linhas simples e bem conseguidas, a permitirem extrema funcionalidade e ampla panorâmica da arrebatadora paisagem envolvente, ainda que sejam bem evidentes as marcas deixadas pelos recentes incêndios.
Remodelada, ampliada e reaberta em meados de 2018 após vultuoso investimento da nova entidade proprietária, esta unidade hoteleira, onde bem-estar e tranquilidade casam com requinte e qualidade, tem o restaurante Raiva - nome da freguesia em que está localizado - como um dos pontos fortes.
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Espaço amplo, quase todo envidraçado e onde o olhar nunca perde o curso do rio Douro. Modernidade, conforto e decoração minimalista; imperam os tons claros. .
À entrada, a garrafeira, em compartimento envidraçado, sublinha a qualidade expressa na carta de vinhos.
A cozinha reúne o melhor de dois mundos: o lado tradicional e a criatividade internacional, com assinatura do chef Ricardo Lourenço, senhor de um percurso através de nove restaurantes com estrelas Michelin. Quinze, ao todo.
Ainda miúdo, rumou a França onde moldou, em Paris, entre os melhores, uma paixão de criança. Diplomado pela École Ferrandi, trabalhou ainda em Nova Iorque e no Japão, antes de rumar ao Douro 41.
Para fazer uma cozinha autêntica, generosa, um misto de culturas, brincando, como faz questão de afirmar, com os produtos locais, dando um toque pessoal. A região serve de toque de inspiração: adaptando ao estilo pessoal as dicas que recebe de quem pratica uma cozinha familiar.
Na ementa, há propostas de matriz regional e do chef.
As entradas, vão do bucho em vinha de alhos ao muge à Ramadinha, o peixe do rio panado e escabeche de ervas. Com outra assinatura, queijo de cabra em crème brûlée, uvas maceradas e creme de castanhas.
Nos pratos de peixe, entre outros, há cataplana de canja de amêijoas, pregado e hortelã da horta e filetes de polvo frito, migas de grelos e cebolada.
Noutro registo, aiguillette de peixe galo fumado em ervas da horta e risotto cremoso de lima ou barriga de atum glaceado em soja torrado, mel de pimenta morrone e pack choy
O capítulo cárnico também é apelativo: arroz de perdiz no forno e couve rica portuguesa; cabrito assado em forno a lenha; barriga de leitão confitado em olho de pimenta e condimento de laranja ou veado selado em crosta de fava tonka, mousseline de castanhas assadas e glaceadas.
Noutro contexto, a vitela mendinha no forno à viticultor e um navarin de borrego deliciaram o palato: carne suculenta, a desfazer-se na boca, excelente textura de sabores, empratamento contemporâneo.
Na doçaria, brilham entre apelativas sugestões, as farófias de especiarias finas da Índia, creme inglês de flor de rosa, morangos e mirtilos da região à garoto velho.
Serviço competente e simpático no Raiva, restaurante com uma cozinha de elevado nível e localização fantástica à beira Douro. A meia dúzia de quilómetros de Castelo de Paiva.
Onde fica:
Localização: EN 222 KM 41 | Vista Alegre, 4550-631 Raiva (Castelo de Paiva)
Telef.: 255 690 160