CP suprime 143 comboios até às 08h00. IP fala em serviços mínimos que não estão a ser cumpridos
A greve da CP e da IP está a causar perturbações na circulação de comboios em todo o país. A IP afirma que "estão a verificar uma grande adesão dos trabalhadores" à greve.
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Devido à greve de 24 horas dos trabalhadores da CP apenas serão efetuados 338 comboios dos 1337 previstos para esta quarta-feira e há, "pontualmente", serviços mínimos que não estão a ser cumpridos. Até às 08h00, a CP suprimiu 143 das 252 ligações ferroviárias, disse à Lusa fonte oficial da empresa.
De acordo com o balanço feito pela CP - Comboios de Portugal à Lusa, cerca das 08h20, estavam programados 252 comboios e foram efetuados 109, dos quais quatro de longo curso, 35 regionais, 39 urbanos de Lisboa e 31 urbanos do Porto.
À TSF, António José Pereira, dirigente do Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários, afirma que os serviços mínimos têm que ser cumpridos, mas espera-se "uma adesão forte".
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Do lado da IP, José Manuel Oliveira, dirigente da Fectrans, considera que "o balanço do ponto de vista sindical é bastante positivo, tendo em conta que estamos a verificar uma grande adesão dos trabalhadores à greve".
"A reflexão na circulação ferroviária é os comboios que estavam designados como serviços mínimos, e pontualmente, já temos um caso ou outro em que nem esses foram feitos", explica, em declarações à TSF.
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Os trabalhadores da CP - Comboios de Portugal cumprem hoje uma greve de 24 horas, em conjunto com os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP), com a CP e a Fertagus a preverem perturbações na circulação.
A CP informou que, devido a greve convocada por organizações representativas dos trabalhadores, preveem-se esta quarta-feira perturbações na circulação de comboios a nível nacional.
Num comunicado divulgado na terça-feira, a CP adiantou que foram "definidos os serviços mínimos que se podem consultar" no site da empresa e que "aos clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, será permitido o reembolso, no valor total do bilhete adquirido, ou a sua revalidação gratuita para outro comboio da mesma categoria e na mesma classe".
"O reembolso ou revalidação podem ser feitos em myCP na área 'Os seus bilhetes' (para bilhetes adquiridos na bilheteira 'online' e App CP) até aos 30 minutos que antecedem a partida do comboio da estação de origem do cliente, bem como nas bilheteiras e, se reembolso, em cp.pt através do preenchimento do formulário 'online', com o envio da digitalização do original do bilhete e indicação de Nome, Morada postal, IBAN e NIF, até 10 dias após terminada a greve", indica a CP.
Também a Fertagus, que liga Lisboa e Setúbal por comboio, "prevê poder realizar 25% da sua oferta normal de dia útil" hoje, devido à greve na IP, entidade gestora da circulação ferroviária.
Numa nota divulgada no seu 'site', a transportadora - que explora esta linha ferroviária, com passagem pela Ponte 25 de Abril, mediante o pagamento de uma taxa de utilização à IP - disponibiliza os horários previstos para o dia da paralisação, no âmbito da qual "foi decretada a realização de serviços mínimos".
Numa nota divulgada no seu 'site', a transportadora - que explora esta linha ferroviária, com passagem pela Ponte 25 de Abril, mediante o pagamento de uma taxa de utilização à IP - disponibiliza os horários previstos para o dia da paralisação, no âmbito da qual "foi decretada a realização de serviços mínimos".
A Fertagus sublinhou que o cumprimento destes horários está dependente dos efeitos da greve e aconselha aos utentes utilizar um transporte alternativo sempre que possível.
A IP alertou, numa informação divulgada no seu 'site', que "poderão verificar-se, ao longo do dia, perturbações na circulação ferroviária".
Os trabalhadores da CP cumprem hoje uma greve de 24 horas, em conjunto com os trabalhadores da IP, reivindicando um prémio financeiro para mitigar os efeitos da inflação e o cumprimento do Acordo de Empresa.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário, afeto à Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, a greve deve-se à "falta de respostas da administração/Governo, que não têm em conta a realidade de uma brutal desvalorização dos salários".
De acordo com uma ata disponível no 'site' da DGERT - Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, os sindicatos e a CP chegaram a acordo para o cumprimento de serviços mínimos de 25%.