Crise na habitação com PSD confiante no Governo, PS pede regresso ao passado: partidos querem proteção dos inquilinos e menos impostos
Os partidos políticos apresentam no Fórum TSF as suas propostas para combater a crise na Habitação
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O PSD pede, no Fórum TSF, à oposição que dê tempo ao Governo para que as medidas para a Habitação deem resultados. No segundo trimestre do ano, os preços das casas aumentaram 19%, entre abril e junho, atingindo um novo recorde.
Gonçalo Lage, do PSD, confia que as medidas do Governo vão funcionar: "Nós precisamos que os proprietários coloquem as casas no mercado. Ao mesmo tempo, estamos a trabalhar de uma maneira muito afincada na construção de habitação pública. Passámos de 26 mil casas, que estava previsto ainda no anterior governo do Partido Socialista, passámos para 59 mil e já encontramos solução para 123 mil casas. Esta oferta, desta construção, não é para oferta a valores de mercado, é para oferta a custos controlados e, portanto, isto vai ter um efeito bastante importante, sobretudo nas zonas de maior pressão de oferta. O que estamos a fazer é uma frente ativa com vários veículos. Neste caso, veículos de oferta, veículos de procura, soluções fiscais e soluções de incentivo ao arrendamento. E este, para nós, é o único caminho", refere.
O Partido Socialista insiste em medidas que faziam parte do pacote Mais Habituação e que o Executivo deixou cair. Os socialistas consideram que essas medidas eram essenciais para enfrentar o aumento imparável do preço das casas.
No Fórum TSF, o deputado socialista Hugo Oliveira recomenda ao Governo que retome medidas socialistas, como por exemplo "a restrição aos alojamentos locais".
O deputado do Chega Carlos Barbosa defende medidas urgentes para contrariar a escalada de preços das casas: "desbloquear terrenos públicos do património do Estado para a construção acessível", "rever urgentemente os PDM" e "dar confiança" aos proprietários a "colocar os seus imóveis, que estão vazios e muitos deles prontos a habitar, no mercado com estabilidade legal e incentivos fiscais aos senhorios".
Angélique da Teresa, da IL, pede impostos mais baixos e "uma justiça mais célere", "porque tanto os inquilinos como os proprietários têm de sentir segurança quando há algum incumprimento ou eventualmente algum desentendimento entre ambas as partes. Os processos não podem demorar uma eternidade nos tribunais, como acontece agora quando há litígio".
Jorge Pinto, do Livre, critica o Governo e insiste na criação de um fundo de emergência para a habitação para ontem: "Cada mês que passa sem este fundo é um mês em que as pessoas continuam a ter dificuldades a pagar as suas rendas, a pagar as suas prestações da casa." E, depois, é preciso investir em "construção pública", porque a "especulação imobiliária não afasta as pessoas das cidades".
Na leitura de Bruno Dias, do comité central do PCP, é preciso investir na construção e proteger inquilinos.
Acima de tudo, deixemos de tratar a habitação como uma espécie de produto para o mercado especulativo, um ativo financeiro que se vai transacionar para fazer mais dinheiro e para especular. As casas são para morar. Isto não é um mero slogan.