"Cuidado com o que vão fazer."João Duque considera inevitável despesa pública com TAP
O Governo não disse ainda como vai ser feita a reestruturação da TAP.
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O professor do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG) João Duque considera que a TAP vai pesar nas contas do Estado português. João Duque acredita que o reforço acionista do Estado na transportadora aérea implica esforço do erário público, ao contrário do que afirmou esta quinta-feira o Ministro das Finanças, João Leão.
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"Como é que se pode dizer que não vai pesar nas contas do Estado? Mil duzentos e cinquenta e cinco milhões de euros? Acham que a companhia vai devolver o passivo que tem e ainda este valor, (...) se no apogeu do turismo em Portugal tem prejuízo?", questiona João Duque. "Nós vamos pagar isto de alguma forma, não há a mínima dúvida", defende o professor do ISEG.
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João Duque sublinha ainda as dúvidas sobre o futuro da companhia e a possível reestruturação. "Como vai mudar a companhia? A pergunta foi feita ao ministro e ele não respondeu. Não respondeu porque não tem resposta, porque não sabe. Quantos voos vão cortar, quantas pessoas vão despedir?", pergunta o economista.
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"Quando se comparam os dados desta empresa com outras congéneres (...), percebe-se que está sobredimensionada. Ou sobe os preços e não tem clientes ou mantém os preços a par com os concorrentes, tem custos superiores e apresenta prejuízos. A empresa tem de se redimensionar", defende.
O professor do ISEG alerta ainda para o risco que o Estado corre ao recorrer a uma empresa para escolher os novos gestores: "Cuidado com o que vão fazer. Ir buscar uma equipa totalmente fora resultou naquilo que vimos até agora."
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