Associação Nacional de Cuidadores Informais apresenta três pontos que gostaria de ver resolvidos o quanto antes.
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O anúncio de António Costa, esta quarta-feira no Parlamento, não surpreendem a Associação Nacional de Cuidadores Informais (ANCI). No debate quinzenal desta quarta-feira, o Primeiro-ministro anunciou que não pensa incluir qualquer apoio aos cuidadores no próximo Orçamento de Estado e defendeu que "é preciso medir os custos".
Apesar da inexistência de qualquer surpresa, a presidente da mesa da Assembleia da ANCI, Maria dos Anjos, desafia António Costa a fazer outro tipo de contas.
"Temos estado em contacto com os diferentes deputados do grupo parlamentar do PS e a opinião é a mesa (de Costa)", explica. "O senhor primeiro-ministro devia pensar, ao contrário, no impacto orçamental que não tem tido, pelo facto de andarmos a cuidar, há imensos anos, sem pedir nada", reiterando que há estudos que mostram que os cuidadores poupam "milhares de euros ao Estado todos os anos".
O estatuto do cuidador informal reúne já algum consenso no Parlamento, pelo que Maria dos Anjos confia que vai ser possível tê-lo pronto a tempo do próximo OE. "Queremos que os secretários de estado sejam ouvidos, porque são peças-chave, para que o documento possa ser divulgado e abordado na Assembleia", algo que deve ser facilitado pelo consenso dos partidos.
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Caso este cenário não se confirme, há três aspetos que os cuidados consideram prioritários. O primeiro é considerar "as carreiras contributivas de pessoa que estão há anos em casa, que não podem fazer descontos, mas que não deixaram de trabalhar", seguida de analisar "um subsídio, por mais ínfimo que seja, para que as pessoas não estejam em pobreza constante" e, por fim, "mudar a legislação laboral" devido às dificuldades em conciliar o trabalho com a prestação de cuidados.
Se estas medidas fossem implementadas de imediato, acredita Maria dos Anjos, a lei poderia "vir a ser reformulada mais tarde e aos poucos", resolvendo os problemas mais imediatos.