Cuidadores de idosos fazem primeira manifestação contra a precariedade e pedem respeito
Irene, cuidadora de idosos, descreve à TSF o desgaste de cuidar 24 horas por dia e viver aflito por não poder tirar folga ou ficar doente
Corpo do artigo
Desde que chegou a Portugal, vinda de Moçambique, Irene não fez outra coisa senão ser cuidadora de idosos. A prática dos dias faz com que não tenha dúvidas: "Quem trabalha deve ter direito a folgar e a receber subsídios de alimentação e Natal." Pelo reconhecimento da profissão de cuidador de idosos e por mais proteção social, ativistas e imigrantes vão, esta manhã, estar concentrados junto ao Marquês de Pombal, a partir das 9h30.
Irene denuncia que, muitas vezes, estes imigrantes trabalham a recibo verde e não têm folgas, de forma a receberem um ordenado mínimo sem cortes ao fim do mês.
Esta cuidadora de idosos sublinha à TSF o quão exigente é cuidar de acamados 24 horas por dia, porque muitas vezes são empregadas internas.
Quando os patrões são as famílias, há mais empatia e menos situações problemáticas, acrescenta Irene.
A ativista sublinha que as situações desumanas vividas por estes trabalhadores chegam ao cúmulo de não os deixarem comer durante dez a 12 horas.