O projeto-piloto de apoio aos cuidadores informais arranca em 30 concelhos do país. Conheça a lista.
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A Associação Nacional de Cuidadores Informais considera "insuficiente" o apoio anunciado pelo Estado esta terça-feira. Em entrevista à TSF, o representante da associação Jorge Gonçalves explica que é preciso que os cuidadores estejam quase em estado de "indigência" para poderem receber o subsídio.
"Os valores são insuficientes, dada a circunstância de depois serem confrontados com a condição de recursos do agregado familiar, onde existe o cuidador informal e a pessoa cuidada. Essas circunstâncias levam a que a pessoa, praticamente, nem sequer tenha direito, que neste país seja considerada uma pessoa com condições, quando na realidade não tem. Só as pessoas que estejam quase próximas de uma indigência é que vão ser atingidas totalmente e cabalmente por subsídios deste tipo", adianta.
Os cuidadores informais em situação de pobreza vão ter direito a um subsídio de apoio do Estado de 248 a 343 euros. O valor do subsídio é calculado de modo a que o cuidador e a pessoa que é cuidada tenham um rendimento conjunto não inferior a um Indexante de Apoios Sociais (IAS): 438,81€.
De acordo com a portaria publicada esta terça-feira em Diário da República, o valor mínimo do subsídio será de 248,20 euros e o valor máximo será de 343,50 euros. Este novo subsídio será pago às pessoas que já dispõem de subsídio de assistência por terceira pessoa ou complemento de dependência de 1.º ou de 2.º grau, pelo que o montante do apoio será ditado pela diferença entre o IAS e a prestação que já é recebida.
Jorge Gonçalves defende que é preciso ir mais longe e prestar apoio psicológico aos cuidadores informais: "Os cuidados continuados estão completamente esgotados e as pessoas estão em burnout, estão completamente em pressão, precisam de uma consulta de um psicólogo e não conseguem arranjar. E depois a questão da carreira contributiva que é também muito grave: pessoas que largaram as suas profissões e que estão há décadas sem qualquer resposta do Estado."
Entrevistada pela TSF, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social diz esperar que depois da fase de teste não exista qualquer cuidador informal com menos de 438 euros mensais de rendimento: "O objetivo é que não haja nenhum cuidador que receba menos do que 438 euros por mês quando tem uma pessoa ao cuidado e está nestas situações".
Os projetos-piloto de apoio aos cuidados informais poderão agora arrancar a partir de dia 1 de abril em 30 concelhos do país.
VEJA AQUI A LISTA DOS 30 CONCELHOS ABRANGIDOS PELO PROJETO-PILOTO:
Alcoutim
Alvaiázere
Amadora
Arcos de Valdevez
Boticas
Cabeceiras de Basto
Campo Maior
Castelo de Paiva
Coruche
Évora
Figueira da Foz
Fundão
Grândola
Lamego
Mação
Matosinhos
Mértola
Miranda do Corvo
Moita
Montalegre
Mora
Moura
Penafiel
Portimão
Sabugal
Seia
Viana do Castelo
Vieira do Minho
Vila Real
Vimioso