Cuidados paliativos: Associação diz que há hospitais a recusar profissionais com formação na área
Vários hospitais estão a recusar admitir profissionais com formação específica em cuidados paliativos nas suas estruturas intra-hospitalares, muitas vezes em detrimento de pessoas sem experiência nenhuma.
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A denúncia foi feita pelo presidente da APCP, Manuel Luís Capelas, durante a discussão na especialidade de um projeto de lei do CDS-PP sobre a criação de uma rede de cuidados paliativos.
O responsável contou que muitos hospitais criam equipas intra-hospitalares de cuidados paliativos, mas na altura de admitirem profissionais, recusam aqueles que têm formação específica na área, em muitos casos até ao nível dos mestrados.
Recusando-se a revelar os nomes dos hospitais em causa, o responsável garantiu que esta situação acontece, mas desconhece os motivos para tal discriminação.
«Falamos de pessoas que pagaram a sua formação, nas faculdades, muitas vezes até ao nível dos mestrados, e depois veem recusada a sua admissão nos serviços de saúde, porque os hospitais recusam aquelas pessoas com formação», disse.
Sobre a necessidade de profissionais ligados à saúde terem formação específica, no âmbito da criação de uma rede autónoma de cuidados paliativos, a APCP afirmou já ter manifestado disponibilidade para dar essa formação.
«A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos já se disponibilizou a dar formação pro bono, sem cobrança de dinheiro. Estamos dispostos a desenhar um programa, a convidar peritos internacionais para vir cá e a juntar equipas de hospitais».