Um estudo concluiu que os cuidados paliativos em Portugal são cada vez mais procurados, mas o sistema não tem capacidade de resposta, sendo que a situação está pior do que há cinco anos.
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Segundo Carlos Morgado, da associação de defesa do consumidor DECO, responsável pelo estudo, o aumento das listas de espera revela a degradação dos cuidados paliativos.
A Deco Proteste revela também que, em Portugal, muitos doentes terminais não conseguem ser assistidos pelo Estado.
«O Serviço Nacional de Saúde não consegue responder a estes pedidos, por isso a lista de espera disparou nos últimos cinco anos. Os familiares dos doentes dizem-nos que as pessoas esperam três semanas até obterem os cuidados paliativos. Já os profissionais afirmam que a média chega a ser superior a um mês», indica.
Carlos Morgado diz que, numa escala utilizada internacionalmente, a nota portuguesa é negativa: «Em Portugal atingimos um nível de 43 numa escala de zero a 100. É de longe o resultado mais baixo dos países participantes».
No entanto, considera, «se isolarmos essas pessoas, que são uma elite e uma minoria, percebemos que morrem com dignidade, mas a verdade é que todos os cidadãos deviam ter direito a uma morte digna».
O estudo tem por base um questionário anónimo realizado em Junho de 2010 junto de familiares de pessoas que morreram com doença terminal, do qual foram obtidas 1.392 respostas válidas.
O inquérito foi feito também a 992 médicos e 1.361 enfermeiros, tendo a Deco contabilizado 3.745 respostas válidas.