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Dos 57 instruendos que iniciaram a formação há um mês já desistiram 33, uma informação avançada pelo "Diário de Notícias".
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58% dos instruendos que iniciaram há um mês o 128.º curso de comandos do Exército já desistiram e quatro deles tiveram de ser internados. Um deles foi encaminhado para o Hospital das Forças Armadas por rabdomiólise (destruição das fibras musculares motivada por excesso de esforço), causa da morte de dois militares do curso anterior, em setembro do ano passado.
Em resposta a questões do DN sobre a evolução do curso iniciado há pouco mais de um mês e que a 29 de abril entrou na fase individual, o Exército informou que esse militar foi internado a 2 de maio "com rabdomiólise e infeção dos tecidos moles do cotovelo" e teve alta ao fim de três dias. Na véspera e no mesmo dia 2 tinham sido "detetados precocemente" outros quatro casos de rabdomiólise, com base nas análises agora realizadas diariamente e que se têm "revelado determinantes para a deteção precoce" dos níveis de toxicidade no sangue, mas os instruendos "não manifestavam ainda sintomatologia".
Estes dados contrastam significativamente com o registado nos dois cursos anteriores, pois os casos de rabdomiólise foram detetados logo na sua fase inicial. E se no primeiro desses cursos houve uma dezena de internamentos no HFAR com sintomas agudos da patologia, no seguinte houve duas mortes logo no início e mais uma dezena de outros internamentos.
O 128.º curso de Comandos iniciou-se a 7 de abril com 57 instruendos. A primeira novidade na instrução deste ano, face aos cursos anteriores, foi integrar o período de estágio que visava preparar fisicamente os alunos para as exigências da formação nessas forças especiais.
O consumo sem restrições de água "durante os picos de maior atividade" física foi outras das alterações feitas para este e futuros cursos, "prevenindo e antecipando eventuais incidentes sanitários", adiantou o Exército.
Note-se que o Regimento de Comandos (Carregueira, Sintra) recebe terça-feira a visita da comissão parlamentar de Defesa, o que deverá permitir fazer um primeiro balanço público sobre a eficácia das medidas implementadas pelo Exército para o 128.º curso.