"Cursos de Medicina deixaram de ser o Alfa e o Ómega." Sindicato saúda maior procura por engenharias, matemática e tecnologia
À TSF, José Moreira considera que esta mudança é uma prova do desenvolvimento do país
Corpo do artigo
O Sindicato Nacional do Ensino Superior saúda o interesse cada vez maior dos estudantes em cursos como a Engenharia, Matemática e Tecnologia. Entre os cursos do Ensino Superior com média mais alta, sete são daquelas áreas de formação e os outros três são de Medicina e Arquitetura. Em declarações à TSF, o presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior, José Moreira, saúda esta mudança, considerando que é uma prova do desenvolvimento do país.
"Nos últimos anos, os cursos de Medicina deixaram de ser o alfa e o ómega e neste momento - isto não é desconsideração nenhuma para a Medicina, pelo contrário -, mas é muito saudável que no nosso país, entre os dez cursos mais procurados, tenhamos uma diversidade grande de formações, obviamente com aquelas que têm maior impacto social e económico, que são as da ciência, tecnologia, engenharias e matemática. Isso é extremamente importante, porque quer dizer que nós estamos entre os países desenvolvidos e modernos e é um sinal muito importante", explica à TSF José Moreira, sublinhando que "a saúde é muito importante, mas as outras são tão ou mais importantes".
"É a única maneira de nós criarmos riqueza e de mantermos este país a funcionar", sublinha.
O presidente do Sindicato do Ensino Superior nota, no entanto, que é cada vez mais difícil fixar professores das áreas da engenharia, ciência e tecnologia no Ensino Superior. José Moreira defende que é fundamental rever os salários e as condições de trabalho dos docentes.
"Não temos aqui uma solução mágica, porque o país obviamente não pode aumentar os salários de uma maneira mágica, mas a solução passa por rever os salários e as condições de trabalho, não só no setor do Ensino Superior e da Ciência, como obviamente no resto dos profissionais", considera. José Moreira defende ainda que "é imprescindível que se olhe para a componente salarial e para a componente das condições de trabalho".
"Também nas universidades e nas instituições de investigação científica há problemas graves de condições de trabalho e é altura quer das tutelas, quer da sociedade como um todo, se envolverem neste problema", acrescenta.