Datas do congresso do CDS são "golpe baixo que visa ocultar e ofuscar o Chega"
Congressos dos dois partidos vão realizar-se no mesmo fim de semana: 27 e 28 de novembro.
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André Ventura acusa a direção do CDS-PP de má-fé e de praticar um golpe baixo para ofuscar o Chega, partido do qual é líder demissionário. Na origem das críticas de Ventura está a convocação, para os dias 27 e 28 de novembro, do próximo congresso centrista, precisamente nas mesmas datas em que o Chega vai também reunir-se.
O CDS anunciou as datas da sua reunião este domingo, no final de um Conselho Nacional que decidiu pela antecipação da reunião magna para o final de novembro, algo que Ventura interpreta como mais um sinal do desespero centrista.
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"O CDS sabe que está a esvair-se e está praticamente moribundo, o que se deve em grande parte ao Chega", argumenta André Ventura, que acusa o partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos de querer "asfixiar publica e mediaticamente o Chega".
"É um golpe baixo, de má-fé, que visa ocultar e ofuscar o Chega e acho que já deviam ter aprendido, em dois anos e meio, que isso não é possível", critica André Ventura.
Esta é a primeira vez em que coincidem no tempo os congressos de dois partidos com representação parlamentar, o que representa o fim de um ato de cortesia que vigorou até agora: "Isto é mau para a direita, mau para os dois partidos e, do ponto de vista da cordialidade institucional, é também lamentável."
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Alguns críticos da atual direção do CDS, entre os quais o líder parlamentar, Telmo Correia, defenderam este domingo o adiamento do congresso do partido, com o presidente a acusá-los de darem "cambalhotas e piruetas". O Conselho Nacional do CDS-PP esteve ontem reunido por videoconferência e à porta fechada durante cerca de 10 horas, tendo os conselheiros analisado os resultados das eleições autárquicas de 26 de setembro e aprovado a convocatória do 29.º Congresso do partido, antecipado para 27 e 28 de novembro.
Como as reuniões magnas dos centristas a decorrem ordinariamente de dois em dois anos e, como a última foi no final de janeiro do ano passado, em Aveiro, a próxima deveria acontecer dois meses depois da data definida pelos conselheiros.