David Justino diz que Estado devia facultar aos jovens «mais e melhor informação sobre saídas profissionais»
É a recomendação dada pelo antigo ministro da Educação, no dia em que arranca na FIL, em Lisboa, mais uma edição da Futurália, que é o maior salão de oferta educativa e formação que se realiza em Portugal.
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Basta ir à internet e escrever Futurália. Dessa busca resulta claro que é grande o interesse em visitá-la, não faltam escolas de todo o país que anunciam viagens à feira.
David Justino, o presidente do conselho estratégico do certame, diz que há cada vez mais jovens que o procuram, porque querem fazer uma escolha fundamentada sobre o seu futuro profissional: «Penso que grande parte do êxito da Futurália tem precisamente a ver com a forma como corresponde a essa necessidade das pessoas de terem melhor informação, para fazerem melhores escolhas».
O certo é que a Futurália é, e isso é assumido, uma feira, um lugar onde se vende um bem, um serviço que neste caso é ensino, educação e formação.
David Justino admite que possa haver do lado de dentro do balcão alguma tentação de "dourar" a oferta, mas acredita que a vantagem de recolher informação se sobrepõe a esse risco «porque as pessoas quando estão bem informadas, podem escolher melhor e assim ganham autonomia para, precisamente, distinguir o "gato da lebre"».
O presidente do conselho estratégico da Futurália, que também preside ao Conselho Nacional de Educação deixa a propósito uma sugestão ao Estado: que faculte a quem tem de escolher, informação sobre aquilo com que, no fim do percurso educativo, poderá contar do mercado de trabalho, sobre as saídas profissionais que poderá ter nas diversas áreas.
«É essencial facultar esses dados sobre as oportunidades. E não são as oportunidades de agora, são as que haverá daqui a cinco, dez ou quinze anos. É uma visão de longo prazo que é necessário desenvolver precisamente para saber quais são os setores da economia portuguesa que vão precisar de mais profissionais, nas mais diferentes áreas», diz David Justino, acrescentando que nessa medida faria sentido que o Instituto do Emprego e da Formação Profissional viesse a integrar o conselho estratégico da Futurália.
A edição deste ano fica marcada por um aumento do numero de instituições de ensino estrangeiras que estão presentes -sobretudo de países lusófonos mas também da Europa e dos Estados Unidos-, numa altura é que há cada vez mais jovens interessados em estudar fora de Portugal.
David Justino diz que essa é uma tendência que vem de trás, do início do século, anterior à crise e apesar dela.
Lembra também que não se trata de um fluxo com um só sentido, já que também é cada vez maior o número de estrangeiros que escolhem o nosso país para estudar.