Instituto meteorológico português esclarece que é atribuído um nome "a todas as depressões que originem um aviso de vento de nível laranja ou vermelho".
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Com o início de setembro arrancou também a nova época de nomeação de tempestades 2022-2023 no Atlântico Norte, sendo já conhecida a lista dos nomes válida de desde o dia 1 até 21 de agosto de 2023.
Armand, Beatrice, Claudio, Denise, Efrain, Fien, Gerard, Hannerole, Isaack, Juliette, Kamiel, Larisa, Mathis, Noa, Oscar, Patricia, Rafael, Sarah, Tiago, Valerie e Waid são os nomes escolhidos para a nova temporada, releva o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Numa nota publicada no site, o instituto esclarece que é atribuído um nome "a todas as depressões que originem um aviso de vento de nível laranja ou vermelho (a partir de 91km/h) no sistema internacional de avisos meteorológicos (Meteoalarm)".
Assim, "o primeiro país a emitir este aviso dá o nome à depressão, seguindo a lista, e informa os restantes países, que deverão manter o nome", explica.
No caso das depressões resultantes de ciclones tropicais, estas conservam o nome atribuído inicialmente pelo National Hurricane Center (NHC) da NOAA, como é o caso da tempestade tropical Danielle que o IPMA acompanhe e que na quinta-feira se encontrava a 1545 km a oeste (W) dos Açores.
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Na mesma nota, o instituto meteorológico nacional refere que atribuir nomes às depressões é um projeto conjunto dos serviços meteorológicos da Europa, "que tem por objetivo alertar o público para situações meteorológicas de risco, promover a comunicação internacional e facilitar o estudo de situações meteorológicas à escala do continente".
O IPMA acrescenta que pertence ao grupo sudoeste (SW) juntamente com os serviços meteorológicos de Espanha (AEMET), de França (Météo-France) e de Bélgica (RMI) e Luxemburgo (MeteoLux) e que a lista de nomes das tempestades foi feita "seguindo um protocolo de coordenação a nível europeu e em estreita colaboração com o grupo oeste (W), que engloba os serviços meteorológicos de Inglaterra (MetOffice), da Irlanda (Met-Éireann) e da Holanda (KNMI)".
O instituto português ressalva que o facto de as depressões terem um nome - por originarem vento muito forte numa determinada região da Europa - "poderá ter outros ou até nenhuns impactos sobre o nosso território".
Por outro lado, "sendo a intensidade do vento o critério para dar o nome à depressão, é possível a ocorrência de tempestades às quais não foi atribuído nome, mas que podem ter associada precipitação, trovoada, queda de neve ou agitação marítima com um impacto significativo no nosso país e resultem na emissão de avisos meteorológicos".
Na temporada de 2021-2022, o IPMA, enquanto serviço meteorológico nacional, deu o nome às depressões Célia e Evelyn.
A primeira, com início a 13 de março, afetou sobretudo o Arquipélago da Madeira com vento forte, aguaceiros fortes de granizo, trovoadas, queda de neve nos pontos mais altos da Ilha, temperatura mínima de 10 °C no Funchal e ondulação até 8 metros.
Já a depressão Evelyn, nomeada pelo IPMA a 8 de abril 2022, afetou o Arquipélago dos Açores com vento forte (rajadas até 120 km/h), precipitação forte, trovoada e agitação marítima (ondas até 7 metros).