Portugal tem 290 mil jovens que não trabalham nem estudam. Há vários anos que o número não era tão baixo. Governo lança programa especial de apoio para transformar "nem-nem" em empreendedores.
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Quase todos os jovens empregados há menos de um ano ou que não têm emprego dizem que não receberam qualquer apoio institucional para encontrar trabalho (89%). Por exemplo, não tiveram ajuda de um centro de emprego, de uma instituição de ensino ou de outra entidade do Estado.
Pelo contrário, o método mais comum para encontrar emprego, para 42% dos jovens, é a rede de familiares, amigos ou conhecidos.
A conclusão consta de um estudo recente do Instituto Nacional de Estatística (INE) que há dias publicou um estudo sobre "Jovens no mercado de trabalho".
O trabalho também revela, contudo, que os chamados "jovens nem-nem", que não trabalham nem estudam, são cada vez menos: cerca de 290 mil (13,3% dos jovens de 15 a 34 anos) no segundo trimestre de 2016, depois de um máximo de 443 mil em 2012.
Dados consultados pela TSF no INE revelam que o problema afeta mais os jovens com qualificações até ao 3º ciclo do básico (14,8%) e dos Açores (22,2%), Madeira (20,1%) e Algarve (14,7%).
Com o objetivo de combater o fenómeno dos "nem-nem", o Governo apresenta esta terça-feira o Programa "Empreende Já", promovido pelo Instituto Português do Desporto e Juventude, para apoiar, numa primeira fase, 630 jovens nesta situação.
A meta é apoiar os "nem-nem" a desenvolverem projetos de negócio, empreendedores, dando-lhes formação e uma bolsa mensal, durante seis meses, de 691 euros.
Os que passarem a uma segunda fase terão um apoio extra de 10 mil euros para criarem uma empresa ou entidade da economia social, desde que garantam a manutenção do projeto durante dois anos.
Ao todo, o programa conta com um investimento de 4,6 milhões de euros, comparticipado por fundos europeus.