Religião, educação, cinema e História. "De onde vem tanto Mal?" é o nome e o mote para a conferência, que acontece, esta segunda-feira, em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, e por onde vão passar vozes de várias áreas, para tentar desvendar a resposta a uma pergunta vaga, mas que está presente no nosso quotidiano. A TSF convidou dois oradores - o padre Anselmo Borges e o músico Rui Vieira Nery - a refletirem sobre as fontes de intolerância que nos rodeiam.
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O exemplo é português, nesta caso o hino da Maria da Fonte,mas não faltam exemplos por todo o mundo. Rui Vieira Nery selecionou alguns que demonstram que muitas vezes, a música é um meio de apelo à violência, em nome de princípios nobres. O hino alemão durante as guerras mundiais, a Marselhesa ou a Internacional são outros casos, que evidenciam a contradição.
O músico diz que o contexto em que são utilizadas ajudam a explicar a ambiguidade de uma letra musical, que não pretende incitar à violência, acabe por o fazer.
Anselmo Borges é outro participante da conferência que questiona, "De onde vem tanto Mal?" e partilha com Rui Vieira Nery a opinião de que a intolerância esconde-se sob pretextos muito conviventes... No caso da religião, o padre diz evocar Deus é um falso argumento, porque os conflitos e a violência devem-se a quem pratica as religiões.
"Os seres humanos são frágeis e mortais e isso traz muita insegurança, além de que o poder é afrodisíaco... e em nome de Deus é ainda mais", refere Anselmo Borges.
Divergentes nos pontos de vista, as religiões convergem na ideia, falsa diz Anselmo Borges, de serem donas da verdade. Uma ideia errada, sublinha.
O balanço entre o bem e o mal não é fácil de alcançar. Anselmo Borges sublinha que a complexidade dos seres humanos não ajuda. Rui Vieira Nery prefere olhar para o outro lado da moeda e exaltar os hinos e músicas que exaltam para sentimentos positivos e alcançam, em pleno, o seu objetivo, como o Hino da Alegria.