Ex-deputado do PSD leva moção a congresso que pretende instituir um índice de "felicidade interna bruta" no país e criar uma estratégia e um roteiro para promover o bem-estar da população.
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É um cliché ouvir que o sonho das pessoas é conseguir a felicidade, mas se é um lugar-comum é porque esse é, de facto, um objetivo para todos nós. Por isso, urge priorizar a felicidade ao nível do poder político. Pelo menos, é isso que defende o ex-deputado Pedro Pimpão.
Considerando que "a felicidade deve ser uma prioridade política porque a nova missão da política é servir a comunidade, servir as pessoas e contribuir para a felicidade dessas mesmas pessoas", este militante do PSD decidiu levar ao congresso do próximo fim de semana a moção "Por um Portugal mais feliz".
No documento, o social-democrata apresenta cinco propostas para colocar a felicidade na agenda do poder político, desde logo com a criação de uma estratégia nacional para a felicidade, criar um observatório da felicidade, integrar uma pedagogia neste sentido no sistema de ensino ou criar um roteiro nacional para a felicidade.
Para isso, é também importante medir a Felicidade Interna Bruta. À TSF, Pedro Pimpão explica que o que está em causa é na análise ao crescimento do país não ter apenas em consideração os fatores económicos.
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"Quando analisamos o crescimento económico não analisamos tudo aquilo que tem que ver com o bem-estar das pessoas. Quando avaliamos a Felicidade Interna Bruta avaliamos outras condicionantes relacionadas com esse crescimento económico, nomeadamente em termos qualitativos", nota o ex-deputado lembrando critérios como o bem-estar psicológico, a saúde e acesso a cuidados, o uso do tempo ou até a própria governação do país.
"Aquilo que temos acompanhado ao longo dos últimos anos é um avolumar das responsabilidades que as pessoas têm em termos das dificuldades da gestão do tempo, do stressdo dia a dia, da pressão profissional, etc. Esta moção pretende contribuir para alertar os decisores políticos no sentido de terem mais consideração e colocarem em prioridade, ao nível das políticas públicas, o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas", diz.
Superavit da felicidade
Numa altura em que tanto se fala de superavit e excedentes orçamentais, o ex-deputado não consegue afirmar categoricamente se algum dia chegaremos a um "superavit da felicidade", mas nota que é por isso que os agentes políticos têm de lutar.
Sublinhando que, de facto, a estabilidade financeira e a sustentabilidade das contas públicas devem ser uma prioridade, Pedro Pimpão nota que é importante que, além disso, "consigamos definir em termos de políticas públicas aquilo que tem influência no dia-a-dia das pessoas".
Considerando que o PSD é um partido feliz, o ex-deputado lembra a "enorme responsabilidade" dos sociais-democratas devido ao papel que tiveram na consolidação da democracia e devido ainda à sua matriz humanista. E é por isso que defende que as pessoas eleitas pelo PSD - a nível nacional e autárquico - "possam contribuir para que as pessoas sejam mais felizes". Façam favor, já diria Raul Solnado.