"Debate e crises não são sinónimo." Ministra da Presidência nega divergências no OE2020
Mariana Vieira da Silva diz que não diria 'não' a mais dinheiro para a sua tutela, mas assume que é necessário fazer escolhas.
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A ministra de Estado e da Presidência afirma que as negociações do Orçamento do Estado para 2020 decorreram como habitual. Não se pode dizer que tenham ficado marcadas por divergências, garante.
"Debate e crises não são sinónimo", nota Mariana Vieira da Silva em declarações à TSF. "O Orçamento é feito de escolhas e as escolhas motivam sempre debate".
A ministra definiu como prioridades da sua tutela o combate à violência doméstica e a integração de migrantes e assume que é preciso fazer cedências. "Se me pergunta se era bom ter dinheiro para ir mais longe, sim era."
Este é, sobretudo, um "Orçamento de contas certas", um "Orçamento de continuidade" que dá passos importantes no cumprimento do programa do Governo e um "Orçamento de olhos postos no futuro".
Além disso "consolida as conquistas dos últimos quatro anos" e dá um sinal de que é possível baixar a dívida pública, defende a ministra.
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Mariana Vieira da Silva destaca as verbas destinadas à integração de migrantes, o apoio aos jovens e a tentativa de "garantir que em Portugal todas as pessoas têm os filhos que querem ter". Mas o Serviço Nacional de Saúde (SNS) "é a grande prioridade deste Orçamento".
Houve um "esforço significativo" no sentido de responder aquela que era a exigência dos partidos e dos portuguesas, afirma a ministra. "Limita-nos noutras políticas, evidentemente que sim, mas é isso que significa fazer escolhas."
"Não podemos é passar semanas a dizer que a grande prioridade era o SNS" e agora "desvalorizar" um reforço orçamental superior a 900 milhões de euros que garante "mais profissionais, mais consultas e mais cirurgias",além do pagamento de dívidas.
Já a contestação social - "que todos se movimentam à procura de condições melhores nas suas carreiras, áreas e preocupações" - é "mais do que normal", considera Mariana Vieira da Silva.
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Mariana Vieira da Silva reitera que a massa salarial da função pública, sobe 3,2%, pelo que não fazem sentido "desvalorizem este crescimento, porque as atualizações salariais são de 0,3%, quando, depois dos descongelamentos de carreiras, temos a massa salarial a subir muito significativamente, mais de 700 milhões de euros."