A ex-dirigente do PSD Sofia Galvão justificou, esta terça-feira, as restrições à cobertura jornalística da primeira conferência para debater a reforma do Estado invocando a «natureza do debate».
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Na abertura do debate com a sociedade civil sobre a reforma do Estado, Carlos Moedas expressou o desejo de sair deste debate com dúvidas, mas também com algumas ideias para o futuro.
Um Estado mais eficiente, mas com menos recursos. É a ideia de partida para a conferência patrocinada pelo Governo sobre a reforma do Estado.
Carlos Moedas, o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, disse na abertura que lançou alguns desafios aos convidados deste debate para tentar perceber que Estado quer Portugal e como pode ser organizado com meios mais reduzidos.
O responsável pediu realismo e disse que espera sair do debate com algumas dúvidas porque caso contrário algo terá corrido mal.
Os jornalistas foram convidados a assistir e a registar as palavras de Carlos Moedas na abertura da conferência tal como farão amanhã na sessão de encerramento onde estará o primeiro-ministro Passos Coelho, mas tudo o resto que fôr dito no salão Palácio Foz, em Lisboa, onde se realiza o debate, ficará entre estas quatro paredes.
As regras foram definidas e repetidas no arranque da conferência. Palavras de Sofia Galvão: «Não haverá registo de imagens e som senão na sessão de abertura e encerramento. A permanência de jornalistas na sala pode manter-se, mas não haverá citações de nada sem expressa autorização dos citados».
A decisão fez com que muitos jornalistas abandonassem o Palácio Foz por considerarem que esta regra limitava o trabalho que iriam realizar.
Quem também se sente limitado no direito de participação cívica são os feirantes que estão à porta do Palácio Foz, em silêncio, com fitas na boca. Luís Paulo explicou aos jornalista que pediu para se inscrever, mas que só o podia fazer se tivesse convite.