A Federação Portuguesa dos Dadores de Sangue e ILGA Portugal não compreendem as declarações do Presidente do Instituto do Sangue que defendeu no Parlamento a proibição dos homens homossexuais darem sangue depois de terem tido relações sexuais.
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Hélder Trindade responsável pelo instituto esteve na comissão parlamentar de saúde e afirmou que que os gays só podem dar sangue se estiverem em abstinência sexual.
Alberto Mota, presidente da Federação dos Dadores, pergunta como é que se prova essa abstinência e diz mesmo "não compreendo como é que ele [Hélder Trindade] possa ter disto isso [...] eu não sei quem é que vai provar a abstinência".
A ILGA Portugal também crítica as declarações de Hélder Trindade. Para Joana Cadete, presidente da Associação de Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero "não há qualquer recomendação internacional" para proibir os homens gay de darem sangue.
Numa declaração no parlamento, o presidente do Instituto do Sangue garantiu que a discriminação não é feita em função da orientação sexual das pessoas mas sim em função da pratica sexual.
O responsável pelo organismo reconhece que o assunto é polémico, não só em Portugal mas na Europa e nos Estados Unidos mas defende que as relações sexuais entre homens são um dos fatores de risco para a transmissão de HIV.
O bloco de esquerda já perguntou ao governo se mantém a confiança política no presidente do Instituto do Sangue. Os bloquistas dizem que as declarações de Hélder Trindade são preconceituosas uma vez que, para o Bloco de Esquerda, o risco é consequência de sexo desprotegido e não da orientação sexual.