A Associação de Defesa do Consumidor considera que nem sempre um seguro representa 100% de proteção. Em declarações à TSF, e a propósito das afirmações de hoje do novo ministro da Administração Interna, uma jurista da Deco alerta que são muitas vezes as seguradoras que colocam "entraves" à subscrição de determinado tipo de seguros.
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Uma declaração vista em "jeito" de alerta. A jurista da Deco, especialista em seguros, Carolina Gouveia considera que nem sempre um seguro representa 100% de proteção e lembra que por vezes são as próprias seguradoras a alegar várias circunstâncias para justificar a exclusão de apoio aos segurados.
Este alerta surge depois do novo ministro da Administração Interna ter visitado, esta segunda-feira, a baixa de Albufeira. Calvão da Silva foi confrontado com pedidos de ajuda para fazer face aos prejuízos causados pelas inundações do fim-de-semana. Na resposta, o ministro sublinhou que "há muita gente que diz que já acionou os seus seguros" porque as "as pessoas já estão hoje muito conscientes de que há outros mecanismos para além dos auxílios estatais". O ministro acrescentou ainda que "Isto é uma lição de vida para todos nós". "Cada um tem um pequeno pé de meia, em vez de o gastar a mais aqui ou além, paga um prémio de seguro", adiantou. Questionado sobre o que poderão fazer os que não têm seguro, Calvão da Silva respondeu que "aprendem em primeiro lugar que é bom reservar sempre um bocadinho para no futuro ter seguro".
Contactada pela TSF, a jurista Carolina Gouveia, especialista em seguros da Deco, considera as palavras do ministro pouco felizes. A jurista da Associação de Defesa do Consumidor sublinha que nem sempre o seguro garante total proteção.
Carolina Gouveia alerta também para a possibilidade de as seguradoras alegarem que se verificam circunstâncias que justificam a exclusão de apoio aos segurados, mas que estes não devem desistir à primeira.