Teresa Simões vai ser mesmo obrigada a ir a uma junta médica para obter a isenção das taxas moderadoras apesar de estar cega há 14 anos.
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Uma deficiente visual, cega desde 1997, viu ser-lhe recusada a isenção das taxas moderadoras depois de ter apresentado o atestado de cegueira total irreversível com mais de três anos.
No Centro de Saúde de Sesimbra, Teresa Simões recebeu a resposta de que teria de apresentar relatórios médicos, um requerimento, ir a uma junta médica e pagar 50 euros, uma vez que a declaração que apresentou tem mais de três anos.
«Não nos basta termos a deficiência e termos de viver com ela quanto mais colocarmo-nos estes entraves. Daqui a bocado, mês a mês estamos a atestar a nossa incapacidade», acrescentou.
Depois de ter protestado contra esta situação, a questão foi colocada ao delegado de saúde local e os superiores hierárquicos deste, que confirmaram a necessidade da junta médica e do pagamento de 50 euros.
Para além do preço, Teresa Simões lamentou a burocracia do processo para ficar isenta das taxas moderadoras, mas também o facto de se ter de deslocar a Sesimbra e depois a Corroios para completar um processo «mais do que comprovado».
Esta será a terceira junta médica que avalia Teresa Simões desde que ficou cega há 14 anos.