"Degradação de serviços públicos." Rio rebate elogios a Costa do Financial Times
Para Rio, o jornal "não conhece o quotidiano português", já que Portugal está a criar emprego baseado em baixos salários, situação que só pode ser alterada se, frisou, se for alterado o modelo da economia nacional.
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O presidente do PSD, Rui Rio, responsabilizou esta segunda-feira a governação socialista por haver em Portugal "a maior carga fiscal de sempre", numa altura em que o país tem "os piores serviços públicos".
"Este Governo falhou notoriamente nos serviços públicos. Temos a carga fiscal máxima, que nunca foi tão pesada, pagamos impostos como nunca pagamos e devíamos ter melhores serviços", referiu o líder social-democrata, acrescentando: "Damos mais dinheiro em impostos e temos piores serviços públicos".
Para Rui Rio, "há uma falha completa na organização dos serviços públicos", assinalando que essa é, "a par do aumento dos impostos, a marca mais negativa deste Governo".
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Falando aos jornalistas em Alpendurada, no concelho de Marco de Canaveses, distrito do Porto, onde esta segunda-feira visitou as instalações da Cercimarco, o presidente do PSD insistiu na ideia de haver em Portugal "uma completa degradação dos serviços públicos", dando como exemplo os atrasos na emissão do Cartão do Cidadão e o tempo que se demora para se deferir a reforma depois de efetuado o pedido.
"Na verdade, alguém que se reforme com 66 anos e meio mete os papéis e demora praticamente um ano em muitos casos, apenas porque os serviços administrativos não funcionam como deve ser", criticou, lembrando que a maior parte das pessoas precisa do salário ou da reforma para viver", referiu.
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O líder do PSD, Rui Rio, lembrou ainda esta segunda-feira ter sido o "endividamento de Portugal face ao exterior" que "levou o país à falência" e que essa tendência já se está o observar, de novo, no país. "O endividamento de Portugal face ao exterior está a aumentar face ao exterior e foi isso que determinou a falência há uns anos", afirmou Rui Rio.
O líder social-democrata comentava aos jornalistas um artigo do jornal britânico Financial Times que elogiava o desempenho da economia portuguesa e do Governo.
Dizendo tratar-se da opinião de um jornalista estrangeiro que "não conhece o quotidiano português", Rui Rio contrapôs com o facto de em Portugal se estar a criar emprego baseado em baixos salários, situação que só pode ser alterada se, frisou, se for alterado o modelo da economia nacional.
"Criamos empregos relativamente precários e de muito baixos salários. Aquilo que pretendemos é criar melhores empregos e salários mais altos. Para isso, é preciso modificar o modelo da economia portuguesa, que tem de assentar em exportações e em investimento", defendeu.
Falando em Marco de Canaveses, no distrito do Porto, onde visitou as instalações da Cercimarco, Rui Rio acrescentou que, atualmente, o país está "num patamar em que é o consumo que está, outra vez, a puxar pela economia portuguesa".
"Isto dá um défice da balança de pagamentos e o défice externo português já aumentou outra vez", indicou, alertando que "o défice mais grave é o externo". "É esse que temos de eliminar", reforçou.