Demissão de Marco Capitão Ferreira não surpreende Chega. "Estava em cima de um muro que só tinha queda para um lado"
O líder do Chega sublinha que António Costa, "em vez de governar, está preocupado com a substituição de mais um governante".
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A demissão do secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira, "não é inesperada", considera o presidente do Chega, André Ventura, que afirma que o governante "estava há muito tempo em cima de um muro que só tinha queda para um lado". O líder do partido avança ainda que vai apresentar um requerimento para ouvir, com urgência, no Parlamento, a ministra da Defesa.
"O Governo, mais uma vez por teimosia e por obsessão pelo status quo, optou por manter este secretário de Estado em funções", acusa André Ventura em declarações aos jornalistas no Parlamento.
Para o líder do Chega, "não era de agora que o secretário de Estado Marco Ferreira estava sem quaisquer condições de governabilidade".
André Ventura aponta a "história da quadruplicação de despesas do hospital militar de Belém, desde a polémica contratação de Alberto Coelho" como alguns dos motivos que faziam prever esta situação, uma vez que, não havendo explicações para ambos os casos, automaticamente Marco Capitão Ferreira "fica sem nenhumas condições para governar".
"E é curioso, mas, ao mesmo tempo, muito degradante que o Governo continue a enrolar-se nestes casos, a revelar muita dificuldade em fazer política para fora e a estar permanentemente focado na sua desagregação interna", lamenta.
Uma nova demissão no Governo do primeiro-ministro, António Costa, é vista com preocupação pelo líder do Chega, que destaca que o chefe do Executivo passou dois dias "preocupado com substituição de mais um governante", "em vez de governar".
"Nestes últimos dias soubemos que Alberto Coelho teve um contrato de cinco dias, a uma média de 12 mil euros por dia, e que até executou o contrato em quatro dias, que estava previsto para cinco. Isto, num país que paga os impostos que nós pagamos, num país com rendimentos tão baixos, saber que há um governante, que sem explicações, mesmo quando são pedidas, fez um contrato com o Ministério com o qual agora trabalha, recebia 12 mil euros por dia, é absolutamente escandaloso", atira.
Por isso, a notícia desta sexta-feira veio "apenas confirmar" aquilo que Ventura já considerava "expectável".
O líder do Chega lembra que o requerimento pedido pelo partido para que Marco Ferreira seja ouvido e preste esclarecimentos no Parlamento foi aprovado, pelo que André Ventura diz esperar que esta demissão "não tenha como objetivo impedir" a vinda do agora ex-governante ao Parlamento, uma situação que diz já ter "acontecido no passado". "Esperemos que isto não ocorra neste caso", continua.
André Ventura adianta ainda que o partido vai acrescentar um outro requerimento "com os dados que agora são conhecidos, pedindo explicações à senhora ministra da Defesa sobre o sucedido".
O Chega pretende saber, "em que medida e de que forma, entendeu a senhora ministra da Defesa que o secretário de Estado tinha condições para continuar a ser governante, mesmo após todos os factos que continuavam sem esclarecimentos".
"Tudo isso nos levará a questioná-la sobre o seu próprio comportamento em relação a este caso, com caráter de urgência, visto que tem responsabilidade política evidente", conclui.