
Carlos Manuel Castro
Orlando Almeida/Global Imagens (arquivo)
O pedido de demissão de Carlos Manuel Castro já foi aceite por Fernando Medina.
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Carlos Manuel Castro, vereador da Proteção Civil, na Câmara Municipal de Lisboa, demitiu-se. Numa nota à imprensa, o município informa que Carlos Manuel Castro renunciou ao cargo, sendo o pedido aceite de imediato por Fernando Medina.
A demissão acontece depois de Carlos Manuel Castro ter sido vacinado contra a Covid-19 com doses que sobraram da vacinação nos dos lares da cidade. A notícia foi confirmada pelo próprio município, num balanço sobre a vacinação nos lares. Nesse processo, sobraram 126 vacinas, uma média de 18 por dia.
A Câmara Municipal de Lisboa acrescenta que vai enviar, para as autoridades competentes, "todos os elementos apurados relativos à participação da Proteção Civil na vacinação nos lares para fazer uma avaliação externa e independente dos mesmos".
Dando cumprimento às determinações das autoridades de saúde, indicou a autarquia, foram administradas 26 doses das vacinas a elementos das equipas envolvidas diretamente da operação de inoculação nos lares, designadamente 15 enfermeiros e oito elementos da Proteção Civil municipal presentes no local da vacinação, entre os quais o vereador com a pasta respetiva, e também três elementos da Higiene Urbana, entre os quais a sua diretora, envolvidos no processo de recolha das seringas utilizadas na vacinação.
As restantes 100 sobras "foram ministradas a profissionais dos grupos constantes na primeira fase de prioridade definida" pela Direção-Geral da Saúde.
Na nota emitida esta tarde, lê-se também que "o presidente da Câmara Municipal reitera a confiança no Comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros, no Comandante da Polícia Municipal e na Diretora Municipal de Higiene Urbana, cuja vacinação decorreu por determinação de superior hierárquico e na convicção do cumprimento de todas as normas".
Carlos Manuel Castro já reagiu à sua demissão. Numa declaração na rede social Facebook, refere que os dados sobre o processo de vacinação em lares da cidade de Lisboa "causaram mal-estar em vários serviços do Município".
https://www.facebook.com/carlosmanuel.castro.7/posts/5266427776701468
"A responsabilidade da vacinação dos dirigentes municipais é da minha inteira responsabilidade, pois são pessoas, que dependendo diretamente de mim, como é o caso do RSB e da HU, ou coordenando diretamente comigo o trabalho no terreno, como a PM, são essenciais na estrutura municipal e indispensáveis no dispositivo de resposta à pandemia", explica, indicando que "desconsiderar ou ignorar por algum momento a importância do comando destas operações, nos vários sectores, para não perder capacidade e eficácia de resposta, como se conta em Lisboa, seria e é um erro".
"Recebi a sobra de uma vacina, medida que foi validada por um Delegado de Saúde. Nunca quis beneficiar de nada, nem prejudicar ninguém. Não houve nenhuma pessoa de um lar da cidade, utente ou profissional, a quem ficou por dar uma vacina", acrescenta.
O município de Lisboa anuncia que o vereador Miguel Gaspar assume, a partir de agora, a pasta da Proteção Civil.
* com Lusa