IPMA diz que não há razões para alarme e aguarda resultados de análises para perceber se deve ser proibida a venda de bivalves apanhados na zona atingida pela maré de algas.
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Depois da maré vermelha de algas que obrigou na segunda-feira a interditar a banhos várias praias do Algarve, entre Faro e Vilamoura, pode vir aí uma nova vaga de outra espécie de algas que dá "mau cheiro à água e que em concentrações muito elevadas parecem ovas de peixe, nada agradável a banhos".
O fenómeno não é, no entanto, razão para alarme, como explica à TSF a responsável do Laboratório de Fitoplâncton do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Alexandra Duarte Silva diz que tudo isto é naturalmente esperado e se os ventos mudarem tudo pode alterar-se e nós nem nos apercebermos que isto vai acontecer.
Lingulodinium polyedrum
Depois do alerta de segunda-feira, o IPMA já identificou ao certo o nome das algas que causaram a maré vermelha: são da espécie lingulodinium polyedrum que por sua vez costuma ser substituída pela espécie noctiluca scintillans (a tal que em vez de vermelha parece ovas de peixe).
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Alexandra Duarte Silva desdramatiza e sublinha que não é assim tão fora do comum estes fenómenos acontecerem no Algarve, sobretudo nos últimos dois anos.
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Desta vez as causas terão sido a água quente (que multiplicou a espécie) e o vento que levou grandes concentrações de lingulodinium polyedrum para perto da costa.
O IPMA confirma que estas algas, só por si, não são perigosas para a saúde, pelo contacto com a pele, mas admite que podem colocar em causa a qualidade dos bivalves o que já obrigou o IPMA a interditar uma zona de apanha.
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Alexandra Duarte Silva explica que do ponto de vista alimentar aí "sim podem existir problemas pois é uma alga com toxinas que pode ser tóxica por ingestão, podendo acumular-se nos bivalves".
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Razões que levam o IPMA a estar a atuar no sentido de perceber se os níveis de concentração nos bivalves justificam que se proíba a sua venda, aguardando-se os resultados de análises.
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