Depois das chamas, depressões são a maior preocupação das autoridades de saúde
Administração Regional de Saúde do Centro realiza encontro para debater catástrofes e a qualidade de vida das populações depois dos incêndios.
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O coordenador da saúde mental do Centro explica que depois dos muitos incêndios que varreram a região nos últimos meses, sobretudo a 17 de junho e 15 de outubro, as depressões e ansiedades são os principais problemas psicológicos das populações.
No rescaldo das chamas, António Pires Preto explica à TSF que têm encontrado muita "resiliência" das pessoas, mas era previsível o aumento das depressões, numa altura em que, como sublinha, o cenário ainda é de uma paisagem negra apesar de já se notarem alguns sinais de verde na vegetação.
O especialista em saúde mental que tem coordenado várias equipas no terreno a apoiar as populações sublinha que as pessoas que residem perto dos milhares e milhares de hectares queimados vivem hoje algo "tristes, mas isso não significa que estejam obrigatoriamente doentes".
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"Catástrofes: impacte na saúde e qualidade de vida das vítimas dos incêndios" é o tema de um encontro promovido esta quarta-feira pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro que vai reunir vários especialistas para debater o impacto dos fogos de 2017 nas populações.
José Tereso, o presidente da ARS, admite que o ano foi muito duro e não deu tréguas às autoridades de saúde da região, num desafio que continua e continuará nos meses e anos pós-fogo.
O responsável sublinha que continuam do terreno e agora a maior dificuldade é responder aos problemas psicológicos e ao trauma que foi ter as chamas por perto.
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O presidente da ARS Centro explica que o objetivo é detetarem o maior número possível de pessoas que precisam de ajuda médica, nomeadamente psicológica, nestes meses depois da tragédia dos fogos, havendo disponibilidade para irem à casa das pessoas e sublinhando que a capacidade dos serviços de saúde, a este nível, ainda está longe de estar nos limites.