Depois das chamas, Madeira contabiliza prejuízos. Escarpas mais "instáveis" na Fajã das Galinhas facilitam derrocadas
Em declarações à TSF, o autarca Leonel Silva explica que a prioridade agora é encontrar espaços para realojar as 36 famílias
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Na Madeira, a extinção dos incêndios, que começaram a 14 de agosto, permitiu o levantamento do Plano Regional de Emergência e Proteção Civil. Agora, é tempo de lidar com os prejuízos e redobrar as atenções, porque as escarpas ficaram mais frágeis, facilitando a ocorrência de derrocadas.
Esta é uma das principais preocupações do presidente da autarquia de Câmara de Lobos, Leonel Silva, com especial destaque para a Fajã das Galinhas, "uma zona prioritária para intervir e já sinalizada na estratégia local de habitação", como explica à TSF.
"Sempre que havia chuvas, sempre que havia ventos, caíam sempre blocos rochosos para a estrada, era um sítio já sinalizado na nossa estratégia local de habitação. O fogo veio destabilizar mais as escarpas que de si já eram instáveis. No ano passado, já tínhamos feito o levantamento das famílias e a identificação das pessoas. Já temos o projeto para executar as casas e faltam só determinar algumas formalidades burocráticas para darmos início à construção das habitações", especifica ainda.
É preciso encontrar uma solução para realojar as 36 famílias da Fajã das Galinhas. Neste momento, conta Leonel Silva, estão "a proceder à identificação de um conjunto de habitações que estejam disponíveis, seja da propriedade da câmara municipal, seja da do Governo Regional da Madeira ou da de privados". Também "de alguns espaços que tenham outras funções" e que seja possível "fazer uma adaptação", tendo condições para ter "uma cozinha, uma casa-de-banho, quartos para dormir, um espaço de convívio" e, assim, "se possa rapidamente conseguir alojar as pessoas e criar condições de autonomização das famílias". O objetivo é "garantir a privacidade necessária", algo que agora não está completamente assegurado.
Leonel Silva afirma igualmente que esta é uma tarefa que vai durar entre um ano e meio e dois, o tempo necessário para encontrar ou construir novos alojamentos para as famílias que vivem na Fajã das Galinhas. Nesse intervalo de tempo, "há que resolver as situações para acolher as pessoas condignamente".
