Depois do Bussaco "monumento nacional" segue-se a candidatura à UNESCO

A classificação como monumento nacional "só peca por ser tardia", defende o presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Rui Marqueiro.

O conjunto agora considerado como monumento nacional engloba a Mata do Bussaco, o Palace Hotel, 23 capelas que compõem a única via sacra no mundo, réplica de Jerusalém, 11 ermidas, onde os monges carmelitas descalços viviam como eremitas, em perfeita comunhão com a natureza e a espiritualidade, mas ainda a Cruz Alta, no topo da Serra do Buçaco e o Convento de Santa Cruz.

A estrada de paralelos que serpenteia esta mata "única e misteriosa", como a define António Gravato, presidente da Fundação Mata do Bussaco (FMB), guia o visitante até ao coração do "bosque encantado", onde está a sede da fundação, a loja e o café. Mas, é o palácio, sonhado por D. Maria Pia para rivalizar com o Palácio da Pena, em Sintra, o principal ex-líbris monumental do espaço. Atualmente é um hotel, data dos finais do século XIX (1888), em estilo neomanuelino e projetado por Luigi Manini.

A tudo isto juntam-se, nos vários hectares de mata de espécies únicas e recantos misteriosos de biodiversidade, como o adernal, o louriçal, ou a floresta relíquia (composta, entre outros, por carvalhos), as sete fontes. Talvez a mais majestosa seja a Fonte Fria, uma escadaria monumental acompanhada, de mãos dadas, com uma cascata de água cristalina.

É este património, agora reconhecido em conselho de ministros como monumento nacional, que a autarquia da Mealhada e a Fundação Mata do Bussaco está agora a candidatar a Património Mundial da UNESCO. Um galardão que António Gravato pretende que seja uma segunda forma de chamar mais turistas a este espaço único no país. Um novo passo que a FMB e a Câmara Municipal da Mealhada pretendem dar em conjunto e que "só fazia sentido depois do reconhecimento nacional".

Todo este património vai ser alvo de uma requalificação que está orçada em um milhão de euros.