Empresa da Moita, Castanheira de Pera, com 50 trabalhadores, à espera de apoio se reerguer dos incêndios. Fogo provocou prejuízos avaliados em 5 milhões de euros.
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Três semanas depois do incêndio de Pedrógão Grande, a empresária Sandra Carvalho continua à espera de apoios para reerguer a atividade, com prejuízos que ascendem a 5 milhões de euros.
"Fomos visitados por algumas entidades. Não gostámos muito daquilo que nos ofereceram porque queríamos continuar a laborar, a produzir, é assim que o concelho vai para a frente e somos muito novos para parar", explica à TSF.
Do Estado chegou aconselhamento sobre despedimentos coletivos: "Pelo ACT e pelo Centro de Emprego. E nós dissemos que não era de todo o nosso interesse. Queríamos sim reconstruir".
A serração Progresso, na Moita, Castanheira de Pera, e outra empresa da família, que se dedica à produção florestal, ocupam 50 pessoas. "Ao invés de termos os funcionários em casa a receber um subsídio de desemprego, porque é que não nos ajudam a mantê-los aqui e a reconstruir?", pergunta a empresária.
Há seguro, mas não cobre tudo, e ainda se fazem contas aos prejuízos. A empresa vai acionar o fundo de maneiro, mas Sandra Carvalho pede mais apoio no terreno. "Visitaram-nos, três ou quatro dias depois, mas concretamente não existe nada. Isto é como São Tomé, temos de ver para crer".
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De visita à serração, a presidente do CDS, Assunção Cristas, mostrou-se perplexa com o que ouvir e prometeu pressionar o Governo em Lisboa: "Querendo continuar, que é o que a empresa quer fazer, querendo manter os postos de trabalho, que apoios em concreto podem ser acionados? Creio que essa parte está a faltar, mas certamente iremos, não só questionar, como propor ao Governo soluções. Depois de uma tragédia destas não podemos baixar os braços, o que temos é de reconstruir".
Assunção Cristas esteve esta terça-feira nos concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, reunião com bombeiros e autarcas e visitou a aldeia do Casal de São Simão, onde a população vai substituir o eucalipto por outras espécies e criar uma zona tampão em redor das casas.
A presidente do CDS terminou o dia na Praia das Rocas, para mostrar que ainda há oásis na região atingida pelos incêndios.