Depois da audição do presidente da administração da Empordef, holding de indústrias de defesa do Estado, os deputados defenderam uma investigação à decisão do Governo Regional dos Açores, que rejeitou o navio Atlantida.
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O deputado social-democrata, Eduardo Teixeira, quer ouvir o presidente da Atlanticoline para esclarecer o assunto, sublinhando que o que se passou é muito grave e lembrando que o negócio foi feito entre dois governos socialistas: o de José Sócrates e o de Carlos César.
«Nós queremos ouvir o presidente da Atlanticoline (...) para que isto tenha alguma consequência. O que se passou nos estaleiros navais de Viana do Castelo é muito grave, nós queremos falar do presente e do futuro do estaleiro, mas não podemos nunca esquecer o que foi feito no passado recente ao estaleiro», defendeu.
«Hoje ficou bem claro que o grande problema que se passou nos estaleiros navais de Viana do Castelo derivou do navio Atlantida e que por trás destes dois governos havia o PS», lembrou Eduardo Teixeira.
Também para o socialista Jorge Fão há questões que devem ser esclarecidas e apuradas responsabilidades.
«Face aos esclarecimentos que o presidente da Empordef aqui deixou, é óbvio que suscitam um conjunto de interrogações, que o PS entende que devem ser esclarecidas», comentou Jorge Fão, acrescentando que «não registou questões políticas» subjacentes à denúncia do contrato.
Já António Filipe, deputado do PCP, defendeu que este «imbróglio» deve ser esclarecido e investigado porque há «uma gravíssima lesão do Estado português» e «veio a saber-se agora que não há nenhum elemento palpável (...) para chegar à conclusão que o navio não atingia essa velocidade, e tectos posteriores revelavam que o navio atingia essa velocidade».
«Portanto há aqui um mistério que não está minimamente esclarecido. A bem do Estado democrático é importante que [este caso] seja esclarecido e que sejam apuradas responsabilidades», declarou.
O deputado Abel Baptista, do CDS-PP, também destacou a gravidade deste caso, defendendo por isso que deve ser apurado até às últimas consequências.
«O que aqui hoje ouvimos, por parte do presidente da Empordef, foi que não encontra muitos dos elementos que levaram à renúncia deste contrato, nomeadamente que o barco Atlantida em testes de mar não teria atingido os 18 nós contratados mas apenas 16», referiu
«Ora, quando o presidente da Empordef afirma que não encontra documentação bastante, nem na Empordef nem nos estaleiros navais de Viana do Castelo que lhe permitam chegar a esta conclusão, isto é muito grave e tem que ser apurado até às últimas consequências», afirmou Abel Baptista.