"Desajudou." Marcelo "não tem contribuído" para que direitos sejam uma realidade
O candidato do PCP às eleições Presidenciais considera que Marcelo Rebelo de Sousa não usou os poderes que tem para que direitos dos portugueses sejam cumpridos.
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João Ferreira entregou 15 mil assinaturas para a candidatura às eleições Presidenciais, o número máximo que significa a "expressão do apoio, uma manifestação de confiança e uma afirmação de esperança" na presença do candidato comunista na corrida a Belém.
O eurodeputado, acompanhado pela mandatária Heloísa Apolónia, entregou as assinaturas, na manhã desta quinta-feira, no Tribunal Constitucional, e aproveitou o momento para insistir nas críticas ao atual Presidente da República.
"É uma realidade que o amplo leque de direitos consagrados na Constituição, o direito ao trabalho, o pleno emprego, o direito a ter direitos no trabalho, o direito à saúde, independentemente da condição económica ou origem social, a igualdade na vida, o direito à educação, à cultura, a um ambiente ecologicamente equilibrado, o direito à habitação sendo uma realidade nas páginas da Assembleia da República não são uma realidade na vida de todos os portugueses. O exercício que tem sido feito dos poderes do Presidente da República não tem contribuído para que seja essa realidade na vida dos portugueses, alguma vezes desajudou".
O candidato do PCP não recusa qualquer debate com os adversários à corrida a Belém já que "todas as oportunidades que existam que contribuam para o esclarecimento e para a mobilização devem ser aproveitadas", nomeadamente "para confrontar projetos, visões e ideias sobre o exercício do cargo de Presidente da República, sobre a situação do país e o que é necessário fazer-se a partir desta situação e tendo em conta o exercício dos poderes do Presidente da República".
João Ferreira recusou ainda contribuir para momentos "feios" durante a campanha eleitoral, mas sim para um "clima sereno". "Esta candidatura tudo fará para que a campanha se centre na afirmação da visão que temos sobre o país, aqueles que são os valores e objetivos desta candidatura. Não contribuiremos nem para despiques estéreis nem para nada que não contribua para o esclarecimento e para a mobilização", garantiu.
O candidato vai continuar a andar pelo país, como tem acontecido desde a apresentação da candidatura à Presidência da República e admite que esta vai ser uma "campanha diferente", em que há dois objetivos principais: "contactar com as pessoas" e ao "mesmo tempo salvaguardar todas as medidas necessárias de proteção da saúde".