As mulheres desempregadas são aquelas que, em 2011, realizaram mais abortos legais até às 10 semanas de gestação por opção, representando 19,44 por cento do total de 19.802, revela um relatório da Direção Geral de Saúde (DGS).
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No documento, a que a agência Lusa teve hoje acesso, é feita uma análise dos dados de interrupção de gravidez até às 10 semanas, por opção da mulher, um dos cinco motivos previstos na lei, que aponta 3.850 abortos realizados por desempregadas.
Em anos anteriores, no primeiro lugar, predominavam profissões relacionadas com a agricultura, operárias, artífices ou outras trabalhadoras qualificadas e estudantes, que agora surgem na segunda posição (19 por cento, 3.767 abortos realizados).
As estudantes (3.341) e as trabalhadoras não qualificadas (3.072) ocupam as posições seguintes.
Comparativamente ao total de abortos legais realizados em 2011, que ascendeu a 20.290, 97,5 por cento (19.802) são feitos por opção da mulher até às 10 semanas de gestação.
Por nacionalidade, predominam as mulheres portuguesas, com 81,69 por cento dos abortos por opção.
Já quanto ao grau de instrução, pouco mais de um terço das mulheres (34,9 por cento) tem o ensino secundário, 28 por cento o 3.º ciclo do Ensino Básico e 19,4 por cento, o Ensino Superior.
«Apenas em 59 casos as mulheres referiram não saber ler nem escrever», diz o relatório da DGS, situação que corresponde a apenas 0,3 por cento do total.
O relatório foi divulgado, esta quinta-feira, durante o IV Encontro de Reflexão sobre Interrupção da Gravidez por Opção da Mulher, no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz, promovido pelo Serviço de Obstetrícia do Hospital de Faro e pela DGS, com a colaboração.