A cabeça de lista do Bloco de Esquerda às europeias sublinhou que é preciso que o Governo fiscalize as contrapartidas quando são dados benefícios às grandes empresas.
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A bloquista Marisa Matias entende que o despedimento coletivo que está iminente na Kemet, uma multinacional de componentes elétricos que está instalada em Évora, reflete bem as políticas económicas do atual Governo.
Para a cabeça de lista do Bloco de Esquerda às eleições europeias, o Executivo tinha obrigação de fiscalizar as contrapartidas quando são dados benefícios a estas grandes empresas.
Marisa Matias diz que «estes benefícios fiscais são dados de mão estendida, mas depois não se exige o cumprimento das contrapartidas às multinacionais».
«Não é propriamente um jogo limpo e recíproco e isso tem de ser tirado a limpo. O Governo tem de estar em cima destas situações e não pode pura e simplesmente não fiscalizá-las e não obrigar ao cumprimento dessas condições», sublinhou.
Esta candidata ao Parlamento Europeu adiantou ainda que o Governo deveria aplicar o mesmo princípio para os fundos europeus atribuídos às empresas, devendo haver denúncias às instâncias europeias quando os acordos não são cumpridos.
A Kemet, que chegou a empregar 900 trabalhadores em 2009, prepara-se para despedir 127 dos 300 funcionários que ainda tem até 30 de junho.