Rui Pinto no Twitter: "Há ainda muita coisa que os portugueses merecem saber"
O pirata informático Rui Pinto diz que está em prisão preventiva há 10 meses porque as autoridades querem silenciá-lo.
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Rui Pinto considera desproporcional o tempo que cumpre em prisão preventiva, desde março do ano passado, e diz que as autoridades portuguesas só prolongaram a medida cautelar porque querem silenciar as suas denúncias e manter em segredo casos de corrupção.
"Acho que os cidadãos portugueses já perceberam que a minha prolongada e desproporcional prisão preventiva tem como objetivo primordial silenciar as minhas denúncias, e manter escândalos como o Luanda Leaks fechados a sete chaves. Se dependesse da Polícia Judiciária e do Ministério Público português, estas informações nunca viriam a público, nem as autoridades angolanas alguma vez seriam informadas da existência destes dados", escreveu o pirata informático no Twitter.
"Vistos Gold, ESCOM, BES Angola... há ainda muita coisa que os portugueses merecem saber", acrescenta.
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Em prisão preventiva desde 22 de março de 2019, Rui Pinto foi detido na Hungria e entregue às autoridades portuguesas, com base num mandado de detenção europeu, que apenas abrangia os acessos ilegais aos sistemas informáticos do Sporting e da Doyen, mas que depois viria a ser alargado a pedido de Portugal.
É suspeito do crime informático e tentativa de extorsão e recentemente assumiu publicamente que é o responsável pela revelação de informações que incriminam a empresária angolana Isabel dos Santos no caso Luanda Leaks.
Em declarações à TSF, a antiga eurodeputada Ana Gomes diz que o próprio Rui Pinto lhe assegurou que tem mais casos para denunciar e está disponível para colaborar com as autoridades portuguesas: "tem muita informação mais para além do Luanda Leaks. Tem muitos mais leaks".
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Duas dezenas de pessoas concentraram-se esta quarta-feira em Lisboa para exigir que seja aplicado a Rui Pinto a diretiva europeia contra o branqueamento de capitais para que o hacker seja libertado e colabore com as autoridades no combate à corrupção.
A vigília à porta do Estabelecimento Prisional anexo à polícia Judiciária, em Lisboa, foi promovida pelo Movimento Mais Cidadania e juntou cerca de duas dezenas de pessoas, que empunhavam fotografias de Rui Pinto e acenderam velas.