Destroços de submarino alemão da II Guerra Mundial encontrados no mar dos Açores
O submarino foi afundado a 2 de fevereiro de 1942, pela própria tripulação, depois de ser atacado pelos ingleses. Com o passar dos anos, transformou-se num recife de coral de águas frias.
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Os destroços do submarino alemão "U-581", utilizado na II Guerra Mundial, foram encontrados a quase 900 metros de profundidade no mar dos Açores por uma equipa de investigadores da Fundação Rebikoff-Niggeler.
A descoberta foi feita a 13 de setembro de 2016 e anunciada esta quarta-feira. O "naufrágio do submarino encontra-se a sul [de São Mateus] da ilha do Pico, nos Açores", afirmou em declarações à agência Lusa Kirsten Jakobsen, que conjuntamente com o marido Joachim Jakobsen, encontrou os destroços do submarino.
A alemã Kristen Jakobsen, que vive há 17 anos na ilha do Faial, adiantou que o submarino alemão "U-581" foi afundado a 02 de fevereiro de 1942 pela própria tripulação junto à ilha do Pico, após ter sido perseguido e atacado pelo navio inglês "HMS Westcott".
"O naufrágio transformou-se num autêntico recife de coral de águas frias. Está a 870 metros de profundidade e é uma oportunidade [para estudo científico] grande, porque foi colonizada por corais, sobretudo esponjas", referiu Kristen Jakobsen, sublinhando que "estamos perante ecossistemas vulneráveis" dos quais "se sabe ainda muito pouco sobre as taxas de crescimento".
Numa primeira fase, decorrida entre março e setembro de 2016, a equipa da Fundação Rebikoff-Niggeler localizou o sítio dos destroços do "U-581", primeiro estudando os relatórios sobre o afundamento e, a seguir, usando equipamentos de alta tecnologia, incluindo métodos de deteção remota com sonar multifeixe e sonar de varrimento lateral.
Em comunicado, a Fundação Rebikoff-Niggeler explica que Kirsten e Joachim Jakobsen verificaram a posição dos destroços do submarino utilizando o submersível tripulado "LULA1000" e que a prospeção decorreu com "a devida autorização da Direção Regional da Cultura do Governo Regional dos Açores".
Para Kristen Jakobsen, que desenvolve com o marido tecnologia para investigação subaquática do meio marinho profundo, o facto de os destroços estarem no fundo do mar é por si só "uma razão de proteção e salvaguarda" deste património, que "vai agora ser estudado no seu âmbito histórico, social e também do ponto de vista da biologia marinha".