Detectados 20 «fenómenos criminais itinerantes» com ramificações no estrangeiro
Nos últimos dois anos, a PSP identificou 20 «fenómenos criminais itinerantes», caracterizados por roubos de carros e lojas cometidos por grupos criminosos com ramificações no estrangeiro.
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À margem do seminário «Crime sem fronteira», o comissário Tito Fernandes, do Departamento de Investigação Criminal da PSP, explicou que «este tipo de criminalidade é transaccional e inclui uma rede de portugueses e estrangeiros».
«Dos 20 fenómenos criminais monitorizados, todos têm ramificações no estrangeiro», acrescentou.
Estes fenómenos caracterizam-se por se expandirem além fronteiras e serem cometidos contra o património de forma reiterada.
Em causa estão, sobretudo, roubos por carteiristas, roubo de cobre, roubo com arrombamento a estabelecimentos comerciais, entre os quais perfumarias e ourivesarias, e o "cash trapping" - furto de dinheiro através da utilização de uma placa metálica no dispositivo de saída de notas numa máquina de ATM.
Tito Fernandes afirmou ainda que este tipo de criminalidade ocorre de «forma reiterada», garantindo ainda assim, que a PSP tem o «fenómeno controlado».
Por seu turno, o tenente-coronel João Nascimento, da GNR, explicou que os criminosos apontam para Portugal como a última porta da Europa.
Depois de passarem pela Finlândia e Alemanha, os criminosos chegam a Espanha e Portugal, o que obriga a uma «cooperação policial», defendeu João Nascimento.
Globalmente, em todos os Estados-membros, estima-se que os grupos criminosos itinerantes tenham causado prejuízos acima dos 7,6 mil milhões de euros.