Marco Gonçalves e outros oito detidos suspeitos de homicídio nos festejos do FC Porto
Entre os detidos está Marco Gonçalves (conhecido por Marco 'Orelhas').
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A Polícia Judiciária (PJ) deteve esta quarta-feira nove suspeitos de coautoria do homicídio qualificado ocorrido na madrugada do dia 8 de maio, durante os festejos do FC Porto junto ao estádio do Dragão, na cidade do Porto.
Fonte policial indicou à agência Lusa que um dos nove detidos é Marco Gonçalves (conhecido por Marco 'Orelhas'), número 2 da claque do FC Porto Super Dragões. Isto depois de já se ter apresentado em 16 de maio na PJ do Porto e constituído arguido por ofensa à integridade física, mas saído em liberdade.
O filho de Marco "Orelhas", de 19 anos, já tinha sido detido por suspeitas de envolvimento nas agressões que resultaram na morte de um homem de 26 anos, esfaqueado durante os festejos do título de campeão nacional do FC Porto.
"A investigação desenvolvida pela Polícia Judiciária permitiu, no espaço de um mês, recolher indícios de que os suspeitos ora detidos, atuaram em conjugação de esforços nas agressões que provocaram a morte do jovem na referida data, estando, por isso, todos indiciados da coautoria nesse crime", pode ler-se num comunicado enviado às redações.
O advogado de defesa, Carlos Duarte, em declarações aos jornalistas, não concorda com a decisão de indiciar todos os arguidos por homicídio, ainda que possam ser acusados de um crime de ofensa à integridade física.
"A troco de uma pressão mediática não se pode estar a confundir cidadãos que nada têm a ver com os factos em causa (...) uma coisa é estar presente em eventuais práticas de delitos, outra coisa é participar nos mesmos", defende o advogado. Estes arguidos estão a ser "vítimas de um exagero".
A Operação "Fim de festa" resultou no cumprimento de 13 mandados de busca domiciliária e nove de detenção fora de flagrante delito, emitidos pelo Ministério Público do DIAP do Porto.
Os detidos, com idades compreendidas entre os 20 e os 42 anos, alguns com vastos antecedentes criminais pela prática de crimes violentos, vão passa a noite nos calabouços da PJ e só na quinta-feira serão presentes para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.
Na madrugada do dia 8 de maio, um grupo de homens perseguiu a vítima, que foi agredida a murros e pontapés. O homem conseguiu fugir após as primeiras agressões, mas foi novamente atacado com uma arma branca e acabou por morrer.
O crime terá ocorrido em retaliação por uma sucessão de agressões que, desde janeiro deste ano, vinham ocorrendo entre o arguido, familiares deste e a vítima.