"Deu-me com o cassetete." PSP acusada de agressões físicas e psicológicas no Porto
A TSF apurou que a Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito.
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A PSP está a ser acusada de agressões, na sequência de um roubo num Pingo Doce na freguesia de Cedofeita, no Porto. À TSF, Inês Rodrigues, uma cidadã que estava no supermercado na terça-feira, conta que ela e uma amiga tentaram defender um sem-abrigo, mas acabaram, elas próprias, por ser alvo de agressões físicas e psicológicas, por parte de agentes da polícia.
"O segurança começou a ser agressivo para com esse homem. O que aconteceu foi que várias pessoas, incluindo eu e também funcionários do Pingo Doce, tiveram de intervir porque o segurança estava completamente descontrolado. Aliás, até tentou pegar em dois carrinhos e acertar no homem. Nós é que conseguimos impedir que isso acontecesse", começa por explicar.
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Os agentes da polícia foram, então, chamados ao local. Eram "imensos, uns oito ou nove".
"A minha amiga foi ter com um dos agentes da autoridade e disse-lhe que queria prestar depoimento e pediu que ele chamasse o superior dele. Pegou na minha amiga, encostou-a contra a parede, começou a algemá-la."
Inês Rodrigues pediu ao agente da PSP para parar e tocou-lhe no braço, piorando a situação: "Deu-me com o cassetete na parte posterior da perna, atrás do joelho. Neste momento, eu desequilibrei-me, como é normal. E, a partir daí, ele, ainda não contente, deu-me outra cacetada nas nádegas e levou a minha amiga para a esquadra detida."
Quando chegaram à esquadra, as raparigas afirmam ter sido "gozadas" e acusadas de mentir.
Perante este caso, o Bloco de Esquerda (BE) já questionou o Ministério da Administração Interna sobre a ação policial, não compreendendo "por que razão é que se mobilizam dez polícias para identificar e, eventualmente, deter um cidadão sem-abrigo que roubou um pacote de ervilhas e champô?"
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"As forças de segurança têm que usar a força estritamente proporcional que é necessária para controlar a situação. Não é suposto as forças de segurança agredirem cidadãos, ainda por cima agrediram uma cidadã que estava pura e simplesmente a tentar evitar que um sem-abrigo fosse agredido pelo segurança e que se ofereceu para pagar", defende, em declarações à TSF, José Soeiro do BE.
A TSF apurou que a Inspeção-Geral da Administração Interna já abriu um inquérito.
A TSF procurou ainda esclarecimentos junto da PSP, sem obter ainda qualquer resposta. Já fonte oficial do Pingo Doce garante à TSF que não foi "cometida nenhuma agressão por parte do vigilante de serviço naquele Pingo Doce" e que "as autoridades foram prontamente chamadas ao local para tomar conta da ocorrência".
Notícia atualizada às 12h32 de 19 de agosto de 2023