Devolução de 'aumentos' pagos desde 2020? Administradores hospitalares pedem "bom senso" ao Governo
O presidente da Associação de Administradores Hospitalares considera "incompreensível" a decisão da Administração Central do Sistema de Saúde de pedir a devolução da reposição salarial de 5% que os profissionais recebiam há quatro anos
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Xavier Barreto, presidente da Associação de Administradores Hospitalares, espera que o Ministério da Saúde resolva a questão dos profissionais a quem a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) pediu que devolvessem a reposição salarial de 5% que recebiam desde 2020.
O caso está relacionado com os cortes de 5% no salário dos dirigentes da administração pública impostos em 2010, na época da Troika, mas que a ACSS ordenou que fosse reposto há quatro anos.
"Foi a própria tutela, nomeadamente a ACSS, que mandou, no fundo, acabar com o corte e repor o pagamento integral dos salários. E, portanto, não foram os conselhos de administração dos hospitais que tomaram essa decisão, não foram as pessoas que decidiram em benefício próprio, foi a tutela através da ACSS. E agora é essa mesma entidade que está a dizer que essa reposição foi ilegal e que as pessoas têm que devolver estes pagamentos. É incompreensível", defende Xavier Barreto.
O presidente da Associação de Administradores Hospitalares sublinha que o problema foi criado pelo Governo anterior, mas diz esperar que o Executivo de Luís Montenegro tenha "bom senso, para perceber que esta exigência não faz sentido".
Ana Paula Martins é uma das visadas, já que entre dezembro 2022 e janeiro de 2024 exerceu o cargo de presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte. Xavier Barreto acredita que a ministra "não vai decidir em benefício próprio" e reitera que a tutela "não deixará de atender às outras dezenas ou centenas de pessoas envolvidas nesta situação".
O presidente da Associação de Administradores Hospitalares adianta ainda que quem foi notificado vai reclamar da decisão.