Várias dezenas de reformados e pensionistas manifestaram-se hoje nas galerias do plenário da Assembleia da República cantando "Grândola, Vila Morena", de Zeca Afonso, após ter sido discutida uma petição pelo aumento destas prestações.
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Depois da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, ter dado por terminada a discussão da petição apresentada pela presidente da Associação de Pensionistas e Reformados (APRE), Maria do Rosário Gama, as várias dezenas de pessoas que ocupavam uma das galerias levantaram-se cantando a senha da revolução do 25 de Abril de 1974 e empunhando camisolas negras dizendo «não somos descartáveis».
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«Este não é o lugar de manifestações e eu pedia aos senhores que saíssem das galerias (...) Não ajuda à democracia o que os senhores estão a fazer», afirmou a presidente do Parlamento.
Os trabalhos parlamentares estiveram interrompidos durante cerca de quatro minutos, enquanto vários agentes da PSP encaminhavam os manifestantes para a saída.
Já no exterior do edifício da Assembleia da República, a presidente da APRE rejeitou que o facto de terem cantado Grândola, Vila Morena no hemiciclo «não ajude à democracia» como afirmou durante a sessão a presidente do Parlamento.
«O que não ajuda à democracia é a posição do Governo que nos rouba assim desta maneira. A discussão [parlamentar] passou-se sem qualquer perturbação, nós só manifestámos o nosso descontentamento no momento em que saímos», justificou Maria do Rosário Gama, em declarações aos jornalistas.
Para a dirigente da APRE, os cortes nas pensões de reforma «que já foram feitos e os que estão para vir» constituem «um massacre» aos pensionistas.