Produtos alimentares que entram na União Europeia passam por controlos muito apertados. A garantia é dada à TSF por Susana Pombo, diretora-geral de Alimentação e Veterinária.
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A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) garante que, em Portugal, é totalmente seguro consumir produtos alimentares importados.
Esta quinta-feira foi divulgado mais um caso de carne bovina importada do Brasil para a China, contaminada com o novo coronavírus. Com um peso total de cerca de 27 toneladas, a carne foi processada no Brasil entre 10 e 27 de junho e chegou ao porto de Tianjin, um dos mais movimentados da China, a 17 de setembro, tendo seguido para Wuhan seis dias depois.
Em Portugal os mecanismos são outros. A diretora-geral da DGAV, Susana Pombo, sublinha que todos os alimentos que entram em território nacional passam por um controlo bastante rigoroso.
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"Todos os produtos importados dentro da União Europeia (UE) só podem ser importados através dos chamados postos de controlo de fronteira", onde há médicos veterinários "em permanência".
Nestes centros é verificado "se os países que estão a exportar para a UE são países autorizados" e se "os estabelecimentos de onde vêm esses géneros alimentícios estão também autorizados".
A totalidade dos produtos comercializados no espaço comunitário é "inspecionada a 100%" e, por isso, considerada "segura".
Apesar destes mecanismos de inspeção, Susana Pombo alerta que o controlo sanitário dos alimentos depende bastante das empresas do setor e, por isso, "o controlo e os procedimentos que existem" nas mesmas são "muito importantes".
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"Daí terem formações muito rigorosas na parte da higiene" para que existam "garantias de segurança" na manipulação do produto e se previna a contaminação.
"É um setor bastante responsável, ciente da responsabilidade, e que tem de ter garantia de que os procedimentos que implementa são suficientemente seguros", explica.
Em Portugal não foi detetado, até ao momento, nenhum produto alimentar com vestígios do novo coronavírus.
China já detetou coronavírus em várias carnes
No início deste mês, as autoridades chinesas disseram ter detetado o novo coronavírus na embalagem de um lote de carne de porco congelada, na cidade de Yantai, província de Shandong.
Em 13 de agosto, vestígios do novo coronavírus também foram encontrados na superfície de embalagens contendo asas de frango congeladas oriundas do país sul-americano, na cidade de Shenzhen, junto a Hong Kong.
O Governo chinês defendeu na quarta-feira os controlos anti-coronavírus de produtos importados que interromperam as importações de carne bovina, aves ou peixes oriundos do Brasil, Estados Unidos e vários países europeus.
As autoridades alfandegárias afirmaram que vestígios do novo coronavírus foram encontrados em carne congelada e embalagens, incluindo vários casos envolvendo o Brasil, e impuseram suspensões temporárias aos fornecedores.
A China respondeu por 40 por cento das exportações agrícolas brasileiras no primeiro semestre deste ano, um valor recorde de 20,5 mil milhões de dólares (17,3 mil milhões de euros), segundo dados do Ministério da Agricultura do Brasil.