Encerramento de locais de trabalho está previsto apenas para uma epidemia de gravidade extrema. Plano prevê ainda turmas mais pequenas ou maior distância entre alunos.
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O plano nacional de contingência para responder ao novo coronavírus prevê várias medidas para as escolas e para os locais de trabalho se Portugal passar da atual fase identificada com a cor laranja, de contenção, para a vermelha de mitigação.
Nesta última fase, a derradeira no combate à doença, "as cadeias de transmissão da Covid-19 já se encontrarão estabelecidas em Portugal, tratando-se de uma situação de epidemia/pandemia ativa".
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Na prática, nessa altura derradeira "as medidas de contenção da doença serão insuficientes e a resposta será focada na mitigação dos efeitos da Covid-19 e na diminuição da sua propagação, de forma a minimizar a morbimortalidade e/ou até ao surgimento de uma vacina ou novo tratamento eficaz".
Só no início dessa terceira fase de resposta à doença é que o plano prevê a intervenção em contexto escolar, apesar de nos últimos dias diversas escolas com casos conhecidos da doença já terem sido encerradas.
As medidas podem incluir "o encerramento pró-ativo ou reativo de escolas".
Turmas mais pequenas
A DGS prevê medidas como "interromper as atividades letivas ou reduzir a interação entre os alunos", por exemplo através da redução do tamanho das turmas ou do aumentar do espaço entre os alunos. "As escolas podem encerrar na sua totalidade ou então apenas para os alunos, mantendo-se os restantes serviços em funcionamento e algumas atividades letivas não presenciais."
O objetivo destas medidas é "prevenir ou reduzir a transmissão nos estabelecimentos de ensino e nas comunidades onde os mesmos estão inseridos, ganhando tempo para uma melhor caracterização da situação epidemiológica e consequente intervenção e também para atrasar o pico da epidemia, por forma a melhor planear os serviços de saúde necessários para responder as fases mais críticas da epidemia". As medidas serão diferentes conforme a gravidade da epidemia.
Trabalho com horários flexíveis e desencontrados
Também nos locais de trabalho há várias medidas de saúde pública previstas e o objetivo é "aplanar o pico da epidemia" pois os estudos confirmam, segundo a DGS, que estas não são, por norma, muito "efetivas" em situações de epidemia.
A DGS admite horários de trabalho flexíveis e desencontrados, promoção do trabalho à distância, maior utilização de ferramentas de comunicação como o correio eletrónico ou a teleconferência, bem como o encerramento de locais de trabalho.
O encerramento de locais de trabalho pode ser uma hipótese considerada, apenas, em epidemias de gravidade extrema.
Os locais de trabalho devem ainda ter meios para a higienização das mãos e etiqueta respiratória dos funcionários.