O Diretor-Geral da Saúde classificou de «preocupante» os resultados de um estudo encomendado pela Ordem dos Veterinários sobre a venda de antibióticos de uso animal sem receita e disse que «não pode haver tolerância» a esta prática.
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«Vamos ter de levar muito a sério novas regras para utilização de antibióticos, quer em saúde pública humana, quer em saúde animal», disse à agência Lusa Francisco George, à margem de uma conferência sobre aleitamento materno, que decorre em Lisboa.
Segundo um estudo encomendado pela Ordem dos Médicos Veterinários (OMV), cujas conclusões a Lusa divulgou hoje, indica que «a esmagadora maioria das farmácias de Lisboa e Porto vende antibióticos para animais sem receita do médico-veterinário».
Em média, apurou o estudo, «87% das farmácias vendem antibióticos sem qualquer solicitação de receita médica e, destas, mais de 50% sugeriram o tratamento para o animal e escolheram o antibiótico que venderam».
A OMV classifica a situação como «muito grave» e a sua bastonária transmitiu hoje mesmo estas apreensões a Francisco George.
Para o Diretor-Geral de Saúde, as conclusões do levantamento são «preocupantes». «Sabíamos que existia, mas não com a magnitude que é agora exibido pelo estudo».
Francisco George alerta para o facto do fenómeno da resistência das bactérias aos antibióticos ser consequência do uso individuo de antibióticos, quer em saúde pública humana, quer em veterinária.