Esta é a primeira vez que uma língua nāo-oficial da UNESCO tem direito à distinção.
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A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) aprovou em Paris a proposta que declara o dia 5 de maio como Dia Mundial da Língua Portuguesa.
Os acordos são assinados esta segunda-feira na sede da UNESCO em Paris por uma delegação portuguesa, composta pelo primeiro-ministro, António Costa, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, pela secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes e pelo Embaixador de Portugal na UNESCO, António Sampaio da Nóvoa.
Esta é a primeira vez que acontece com uma língua nāo-oficial da UNESCO. Em outubro, todos os países lusófonos apresentaram esta proposta, acabando por receber o apoio de 24 outros e sendo aprovada por unanimidade pelo conselho executivo.
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A decisão foi formalmente adotada pelo plenário dos cinquenta e oito membros do Conselho Executivo da UNESCO, a 23 de outubro. A deliberação final acontece esta segunda-feira no decorrer da 40.º sessão da Conferência Geral da UNESCO, que congrega os cento e noventa e três Estados-membros.
No documento rubricado esta segunda-feira, a UNESCO reconhece o papel e a contribuição da Língua Portuguesa para a preservação e disseminação da civilização e da cultura humanas, destacando que o Português é a língua mais falada do hemisfério sul e a língua oficial de três organizações regionais e da Conferência Geral da UNESCO.
A proclamação de dias internacionais é da competência da Assembleia Geral das Nações Unidas e das agências especializadas da ONU, nas respetivas áreas de competência, como a UNESCO - nestes casos designando-se dias mundiais.
O secretário-geral das Nações Unidas, o antigo primeiro-ministro português, António Guterres, não esconde a vontade que o português se junte à lista de seis línguas de trabalho na ONU e seja reconhecida como uma das línguas de cooperação internacional.
António Costa, que já se manifestou sobre o assunto, este "foi um passo muito importante para os 260 milhões de pessoas que têm o português como língua oficial, que é hoje a língua mais falada no hemisfério Sul".
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"Prevê-se que, no final do século, 500 milhões de pessoas falem o português, e esta será uma língua cada vez mais global. Será uma das grandes línguas do continente africano, vai continuar a ser uma das grandes línguas da América do Sul, e é por isso que define para nós uma prioridade fundamental da nossa política externa", explica Costa, que destaca a "a promoção e a defesa da língua portuguesa" como um objetivo primordial da sua governação.
* Atualizado às 10h53