Um agente que passa a poeta ou um poeta que fica a saber o que é ser um agente? Márcio-André cruzou uma cena do filme, Matrix Revolutions, com o poema "Tabacaria", de Fernando Pessoa.
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Começou como uma brincadeira, mas a experiência, de misturar poesia erudita com cinema comercial, tornou-se viral nas redes sociais. À "boleia" do Dia Mundial da Poesia, os vídeos do poeta sonoro Márcio-André "explodiram" na internet. São dois, um de Rambo a recitar Drummond de Andrade e outro do agente Smith, de Matrix Revolutions (a voz é na verdade do ator brasileiro Antônio Abujamra), a dizer a "Tabacaria", de Pessoa.
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Em entrevista à TSF, Márcio-André sublinha que não se trata de poesia experimental, mas admite que a brincadeira pode não ficar por aqui. O brasileiro, atualmente a viver em Budapeste, confessa que, depois de pôr o Rambo a recitar Drummond de Andrade e o agente Smith, de Matrix Revolutions, a recitar Fernando Pessoa, tem novas ideias para misturar cinema e poesia nas redes sociais.
Numa intensa luta, debaixo de chuva, com um Neo a apresentar um ar já ferido e cansado, o agente Smith aconselha... "Come chocolates, pequena; Come Chocolates!" e assim continua a cena com o poema Tabacaria, na voz de Antônio Abujamra.
Aqui a verdadeira delícia não são os chocolates mas a montagem e edição feita pela pessoa, que também é poeta, de Márcio-André.
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De uma guerra civil do mundo de Sylvester Stallone, até Itabira, de Drummond de Andrade, uma verdadeira Rambó(ia) é a junção feita por Márcio-André, numa "curta-metragem" que conta com a voz do poeta brasileiro do século XX.
Ficou com vontade de ver mais? O também escritor e tradutor revelou que "fazer mais depende do tempo. Mas sim tenho vontade..." Para breve, deixou no ar a hipótese de usar o filme Mad Max em mais um cruzamento entre a sétima arte e a poesia.