Dia Mundial do Animal: "número de errantes sempre foi muito elevado" em Portugal e representa "risco para a saúde pública"
Em declarações à TSF, Nélia Luz, veterinária responsável pelo CAGIA, alerta para a urgência de "sensibilizar" os tutores a identificarem eletronicamente o seu animal de estimação
Corpo do artigo
Na data e que se assinala o Dia Mundial do Animal, o CAGIA - Canil/Gatil Intermunicipal da Resialentejo alerta para o "número de errantes elevado" em Portugal, que comporta um "risco para a saúde pública".
Em declarações à TSF, Nélia Luz, veterinária responsável pelo CAGIA, sublinha que sempre houve um número grande animais errantes em Portugal, mas só o ano passado, com o primeiro censo feito no país a estes animais, foi possível ter uma dimensão do problema.
"O número de animais errantes sempre foi muito elevado no nosso país. Realmente, o ano passado foi a primeira vez que foi publicado um censo relativamente aos animais errantes existentes em Portugal continental, que são cerca de um milhão. Não sabemos como era antes", assinala, acrescentando que, desde a aprovação da lei que proíbe o abate de animais nos centros de recolha oficial, os alojamentos têm enfrentado uma "situação de sobrelotação".
A veterinária lembra ainda que a leishmaniose é transmitida por uma espécie de mosquito — um flebótulo —, o que significa que os animais abandonados ou até aqueles que fazem passeios higiénicos, sem que os detentores tenham "o cuidado de o levar ao veterinário", podem ser infetados. E isso, diz, torna-se um "risco de saúde pública".
Nélia Luz alerta assim a urgência de "sensibilizar" as pessoas para esta temática, mas também para a "responsabilidade de identificar eletronicamente o seu animal de estimação", uma situação que permite que a devolução ao tutor aconteça mais "rapidamente".
E reconhece que existe algum desconhecimento dos portugueses sobre o que devem fazer quando perdem um animal, ou para onde se devem dirigir. Aponta, por isso, que, nestes casos, o tutor deve informar as autoridades competentes (polícia ou veterinária municipal) e conhecer a localização dos canis e associações zoófilas do concelho.
Em 2014, o abandono de animais foi criminalizado. Em Portugal, é obrigatório que todos os gatos, cães e furões, a partir dos 120 dias tenham identificação eletrónica.
