Entusiastas das máscaras de madeira chegam aos milhares a cada ano que passa e vila do concelho de Lamego fica a rebentar pelas costuras. Este ano há mais máscaras novas a sair à rua.
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Depois da chuva do fim de semana que refreou o ritmo de crescimento que o Entrudo de Lazarim, em Lamego, tem tido nos últimos anos, esta terça-feira está bem composta de temperatura e ainda mais de visitantes. Não admira que a pequena vila incrustada entre montanhas tenha ficado novamente a rebentar pelas costuras.
A esmagadora maioria vai para ver, fazer fotografias e ouvir as quadras picantes trocadas na leitura dos testamentos entre as figuras do compadre e da comadre. Todavia há também negócio que se faz à volta das máscaras feitas de pau de amieiro.
Há artesãos que ficam com todas as que produzem, normalmente uma ou duas, mas também há quem faça até duas dezenas e as venda. É o caso de Adão Almeida, um dos mais antigos e cujo objetivo é continuar a produzir máscaras “para que o Entrudo de Lazarim nunca morra”. Os preços dos diabos, senhorinhas, reis e outras figuras demoníacas podem rondar entre 150 e 600 euros.
É nesta terça-feira de Entrudo que saem à rua as novas criações. Ultimamente, são dezenas de novidades que convivem com as mais velhas, algumas já com vários anos e que já são habituais nos milhares de retratos feitos neste dia.
Nuno Loureiro é um dos naturais que faz questão de todos os anos fazer, pelo menos, uma máscara nas horas vagas. Este anos fez duas para serem usadas pelas sobrinhas pequenas, oito e doze anos, que vivem em Lisboa. “Estão fascinadas. Nem dormem à espera de poderem sair à rua com as máscaras”, salienta o artesão.
Depois da melhor enchente de sempre o ano passado, com mais de 20 mil pessoas, o presidente da Junta de Freguesia, Paulo Loureiro, fez tudo para que este anos corresse ainda melhor e para que o Entrudo de Lazarim pudesse chegar “aos 30 mil visitantes”. No entanto, o fim de semana chuvoso e frio não contribuiu, apesar da enchente esperada esta terça-feira.
A Municipal de Lamego e a Junta de Freguesia de Lazarim pretendem continuar a trabalhar para que o Entrudo seja cada vez mais “uma referência nacional e internacional”, com o objetivo de o inscrever na lista de Património Imaterial da Humanidade”.
A festa desta terça-feira acaba com a leitura dos testamentos do compadre e da comadre, que a seguir são queimados, e com a tradicional feijoada e caldo de farinha confecionados em potes de ferro.
